XP reduz preços-alvo das ações da Vibra e Ultrapar devido aos impactos das recentes fusões e aquisições
20 Janeiro 2025 - 1:23PM
ADVFN News
A XP Investimentos decidiu reduzir os preços-alvo para as ações
da Vibra Energia e da Ultrapar por causa dos impactos das recentes
fusões e aquisições realizadas por ambas as empresas, além das
taxas de juros mais altas no Brasil. O novo preço-alvo da Vibra
passou de R$ 33 para R$ 26 por ação, enquanto o da Ultrapar caiu de
R$ 28 para R$ 19 por papel. Apesar das mudanças, as recomendações
para as ações foram mantidas: a Vibra segue com classificação de
compra, enquanto a Ultrapar permanece neutra.
Segundo relatório da corretora, a Vibra (BOV:VBBR3) continua
sendo a preferência dos analistas devido ao seu rendimento de fluxo
de caixa livre para o acionista (FCFE, na sigla em inglês) de
aproximadamente 14% projetado para este ano, acima do estimado para
a Ultrapar, que está em cerca de 12%. O potencial de valorização
para os preços-alvo é de 52% para a Vibra e 19% para a Ultrapar,
considerando os preços atuais das ações.
A decisão de revisar os preços-alvo também considerou o aumento
de 150 pontos-base nas taxas de desconto utilizado nos modelos de
avaliação, ajustados para refletir títulos locais atrelados à
inflação. Estimativas apontam que esse aumento impactou os valores
patrimoniais da Vibra e da Ultrapar em 11,9% e 15,1%,
respectivamente. A análise sugere, no entanto, que os movimentos
recentes das ações (-33% entre agosto de 2024 e janeiro de 2025
para ambas as empresas) excederam os efeitos esperados, indicando
que outros fatores também influenciaram o desempenho.
As recentes aquisições da Comerc pela Vibra e da Hidrovias do
Brasil (BOV:HBSA3) pela Ultrapar (BOV:UGPA3) tiveram efeitos nas
projeções de lucros para este ano. O aumento das despesas
financeiras associado a esses investimentos, combinado com os
custos de capital elevados, contribuiu para uma revisão das
estimativas. No caso da Ultrapar, os estrategistas informam que os
desafios temporários, como as restrições logísticas nas hidrovias
da HBSA, também impactaram os números.
Os analistas identificam possíveis ganhos de margem no primeiro
trimestre de 2025 para ambas as empresas, impulsionados pela
escassez de produtos e ganhos de estoque. No entanto, os riscos
incluem novos aumentos nas taxas de juros, disputas judiciais sobre
créditos tributários e os efeitos de longo prazo da transição
energética, que afetam diretamente as estratégias das
companhias.
Taxas de juros
O relatório também detalha como as taxas de juros mais altas têm
prejudicado o desempenho das ações. Desde agosto de 2024, as taxas
nominais no Brasil aumentaram em duas etapas: uma alta inicial de
1,3 ponto percentual até dezembro e um aumento mais acentuado de
2,3 pontos percentuais a partir de novembro. As taxas de juros
reais, atreladas à inflação, subiram 1,8 ponto percentual no mesmo
período.
Os estrategistas dizem que essas mudanças resultaram em uma
menor valorização dos fluxos de caixa futuros e pressionaram as
margens financeiras das companhias, ampliando os impactos negativos
sobre os preços das ações. A Vibra e a Ultrapar, com durações
médias de fluxo de caixa estimadas em 7,9 e 10,1 anos,
respectivamente, são particularmente sensíveis a esse tipo de
variação. “Taxas soberanas mais altas têm um impacto duplo: menor
valor presente dos fluxos de caixa e menores lucros, ou seja,
menores fluxos de caixa”, escrevem os analistas.
Apesar dos ajustes, o relatório mantém otimismo quanto às
oportunidades no setor, com a Vibra negociando a um múltiplo
preço/lucro (P/L) projetado de 12,8 vezes, enquanto a Ultrapar tem
um múltiplo de 11,7 vezes, ambos abaixo de 10 vezes no momento. A
Vibra, por sua maior capacidade de conversão de lucros em fluxo de
caixa, é vista como uma opção mais atrativa para investidores.
Desempenho
Por volta de 12h desta segunda-feira (20), as ações da Vibra
Energia subiam 0,29%, a R$ 17,07. Nos últimos 12 meses, os papéis
da companhia caem 19,81%, com uma desvalorização de 4,59% neste
mês.
Em contrapartida, no mesmo horário, as ações da Ultrapar sobem
0,76%, a R$ 16,72. A desvalorização anual da empresa chega a
40,47%, mas a valorização mensal desponta 1,65%.
Informações Infomoney
Vibra Energia ON (BOV:VBBR3)
Gráfico Histórico do Ativo
De Dez 2024 até Jan 2025
Vibra Energia ON (BOV:VBBR3)
Gráfico Histórico do Ativo
De Jan 2024 até Jan 2025