CYRE3 - O papel segue sem mudanças, ainda precisando romper os 14,02 para finalmente mostrar um pivot de alta e declarar compras até os 14,80. O primeiro suporte a ser usado como stop pelos comprados em caso de rompimento fica em 13,05. O OBV também está fraco e ainda confuso.
Existem dois grandes critérios para a seleção das companhias que poderão obter um desempenho superior aos pares em 2014: 1) nível de endividamento; 2) exposição ao segmento de menor renda por meio de companhias dedicadas. No primeiro caso, a relação dívida líquida sobre o PL deve se manter em patamar conf...
CYRE3 - O papel segue sem mudanças, ainda precisando romper os 14,02 para finalmente mostrar um pivot de alta e declarar compras até os 14,80. O primeiro suporte a ser usado como stop pelos comprados em caso de rompimento fica em 13,05. O OBV também está fraco e ainda confuso.
Existem dois grandes critérios para a seleção das companhias que poderão obter um desempenho superior aos pares em 2014: 1) nível de endividamento; 2) exposição ao segmento de menor renda por meio de companhias dedicadas. No primeiro caso, a relação dívida líquida sobre o PL deve se manter em patamar confortável para dar maior flexibilidade às incorporadoras na gestão do caixa, bem como para o aproveitamento de oportunidades de aquisição de terrenos, caso surjam. No segundo caso, o menor ciclo operacional do segmento de baixa renda pode otimizar o giro dos ativos, o que beneficiaria o ROE.
No caso da Cyrela, a companhia tem apresentado resultados consistentes ao longo dos últimos trimestres, com forte geração de caixa (R$ 335 milhões ex-dividendos nos 9M13). A construtora também se posiciona no programa MCMV por meio da Cury, a qual detém 50% de participação. Além disso, o patamar de rentabilidade continua acima dos grandes pares do setor, o que lhe confere uma vantagem no atual momento de mercado
Perspectivas
A preocupação mais constante entre incorporadoras foi mostrar ao mercado os esforços em acelerar o processo de repasse de unidades, com consequente geração de caixa e redução do endividamento. Não obstante, os números mostraram que o mercado imobiliário no Brasil não está se retraindo, mas sugerem, a partir do comportamento dos estoques e estabilização em patamares mais baixos de velocidade de vendas que os consumidores estão mais cautelosos. Nesse contexto, entendemos que 2014 será marcado ainda mais pela seletividade, por parte dos investidores, em relação às companhias do setor na bolsa de valores. A eficiência em custos não poderá, sob risco de comprometimento da velocidade de vendas, ser dada a partir da redução da qualidade dos materiais aplicados nas obras, bem como dos projetos arquitetônicos e demais padrões de acabamento.
A partir daí, analisamos uma série de fatores que potencialmente influenciarão o desempenho do setor no médio prazo, desde a expectativa de comportamento dos preços no mercado e novas diretrizes de adensamento urbano nos grandes centros, até os impactos da continuidade dos programas governamentais e o realinhamento estratégico das companhias:
Comportamento do preço dos imóveis, tendência sustentável? Compartilhamos a principal tese do mercado de que o comportamento do valor dos imóveis siga os principais índices de preço, com algum ganho real no ano. Reforça esse entendimento o fato de que não observamos arrefecimento nos custos de incorporação, principalmente no que se refere a terrenos. Muito embora a capacidade de pagamento seja o principal limitador para um avanço mais consistente, acreditamos que ainda exista espaço para que a parcela financiável dos imóveis (LTV - loan to value) aumente.
Novos lançamentos em São Paulo podem ter novo patamar de preços. Apesar da pressão das construtoras para revisão de alguns pontos discutidos no âmbito do novo Plano Diretor, espera-se que as novas diretrizes onerem o preço dos terrenos na capital e, consequentemente, exerçam pressão de custos para as incorporadoras, cuja única alternativa seria o repasse para o valor dos novos lançamentos para evitar a queda na rentabilidade dos projetos futuros.
Segunda fase do Minha Casa, Minha Vida (MCMV) na reta final, à espera da terceira. Acreditamos que Faixa 1 do programa MCMV ganhe mais evidência no ano. No entanto, será necessário um esforço conjunto para atrair mais construtoras para operar nesta faixa - que engloba o maior subsídio para as famílias com renda de até 3 salários -, uma vez que tornou-se recorrente a queixa de que os projetos acabam sendo inviáveis em grandes centros urbanos por conta do preço dos terrenos. A expectativa do governo é de contratar mais 700 mil unidades e alcançar o total de 2,75 milhões de residências ao final dessa fase do programa.
Ritmo de expansão do crédito imobiliário deve permanecer estável. De acordo com recente estimativa da Abecip, a expansão dos financiamentos do setor ficará entre 15% e 20% em 2014. Sob nosso ponto de vista, pesa favoravelmente a retoma dos lançamentos pelas construtoras ao longo do ano passado (financiamento à produção), bem como o ajuste do teto do SFH para a faixa de R$ 650 a R$ 750 mil. A captação líquida da poupança permanece positiva, o que garante a maior parte do funding do mercado.
PIB da Construção. Segundo estimativas do SindusCon-SP o PIB da construção poderá crescer 2,8% em 2014, isso caso se confirme a expectativa de mercado, segundo relatório Focus do Banco Central, de que o PIB nacional tenha expansão de 2,0%. Vale lembrar que o segmento de infraestrutura também representa boa parte desse crescimento e possui um pipeline extenso de projetos para os próximos anos.
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