A Kraft, segunda maior empresa de alimentos do mundo, está negociando a compra da M. Dias Branco, principal fabricante brasileira de massas e biscoitos.
Sediada no Ceará, a M.Dias Branco é avaliada em mais de US$ 1 bilhão. Procurada, a Kraft informou que não comenta rumores de mercado. O diretor de Relações com Investidores da M.Dias Branco, Álvaro Luiz Bandeira de Paula, disse não ter conhecimento de negociações.
Uma eventual compra da M.Dias Branco atende à lógica de expansão internacional da Kraft. Maior fabricante de biscoitos do mundo, a empresa cresce pouco e, do jeito ...
A Kraft, segunda maior empresa de alimentos do mundo, está negociando a compra da M. Dias Branco, principal fabricante brasileira de massas e biscoitos.
Sediada no Ceará, a M.Dias Branco é avaliada em mais de US$ 1 bilhão. Procurada, a Kraft informou que não comenta rumores de mercado. O diretor de Relações com Investidores da M.Dias Branco, Álvaro Luiz Bandeira de Paula, disse não ter conhecimento de negociações.
Uma eventual compra da M.Dias Branco atende à lógica de expansão internacional da Kraft. Maior fabricante de biscoitos do mundo, a empresa cresce pouco e, do jeito que está, as perspectivas não são muito animadoras. Hoje, mais de 60% de sua receita - de cerca de US$ 35 bilhões - vem dos mercados americano e canadense. Esses mercados cresciam 3% ao ano antes da crise das hipotecas, mas podem ter um resultado ainda pior se houver uma recessão nos Estados Unidos.
Recentemente, a Kraft comprou a divisão de biscoitos da Danone, por US$ 7,2 bilhões, e passou a procurar novas empresas para aquisição, de preferência nos países emergentes. Na lista de preferências da Kraft, apareceram países como o Brasil, Rússia, Ucrânia e México. Segundo o jornal Wall Street Journal, a presidente da Kraft, Irene Rosenfeld, encarregou os diretores de suas filiais no exterior de encontrar possíveis alvos de aquisições.
A M.Dias Branco é uma empresa emergente no mercado brasileiro. Seu início foi bem modesto. Ela foi fundada por Manuel Dias Branco, em 1940, como uma padaria. Em 1953, o filho do fundador, Francisco Ivens de Sá Dias Branco, abriu a Fábrica Fortaleza para produzir massas e biscoitos. O grande salto veio em 1990, quando o governo eliminou as restrições burocráticas para a produção de farinha de trigo.
Desde então, a M.Dias Branco investiu na construção de moinhos de trigo e hoje produz 90% da farinha usada nas suas fábricas de massas e biscoitos. Esse modelo de negócios permitiu que a empresa mantivesse custos baixos e ganhasse terreno no mercado nordestino, com marcas como Richester e Fortaleza, de biscoitos. Com a recente explosão de consumo no Nordeste, a M.Dias Branco decolou. Em 2003, comprou a Adria e se tornou a maior empresa de massas e biscoitos do País.
"A empresa está muito bem posicionada no mercado", diz Rafael Cintra, analista da corretora Link. Cintra apresenta uma lista de vantagens da M.Dias Branco. Além de ser forte no mercado que mais cresce no Brasil, a empresa concentra menos de 20% de suas vendas nas grandes redes de supermercados, o que facilita suas negociações de preço. Além disso, das 10 fábricas da empresa, seis estão localizadas no Nordeste e têm direito a isenções fiscais. Esse alívio nos impostos rende R$ 50 milhões por ano.
Com um faturamento anual aproximado de R$ 1,5 bilhão, a M.Dias Branco é comandada por Francisco Ivens, de 74 anos. Seus quatro filhos fazem parte da diretoria, mas nenhum deles era considerado um nome óbvio para a sucessão. Antes das conversas com a Kraft, haviam dois consensos entre os parentes. O primeiro deles é que a saída para a sucessão de Francisco Ivens poderia ser a contratação de um executivo de fora da família. O segundo acerto é que cada filho de Francisco só poderia trazer um filho para trabalhar na empresa.
Se as negociações chegarem a bom termo, a Kraft aumentará em quase 50% suas vendas no Brasil, hoje em R$ 3,4 bilhões por ano. A Kraft tem sete fábricas no País. Suas marcas mais conhecidas são Lacta, Trakinas, Tang e Maguary. Segundo o instituto Nielsen, seus produtos são consumidos por 90% das famílias brasileiras. As informações são do O Estado de S. Paulo * Colaborou Marianna Aragão
fonte :último segundo
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