Revisão em concessões de portos é mal recebida por analistas
Por: Marcelo Olsen Saad
26/01/09 - 14h26
InfoMoney
SÃO PAULO - Por meio de suas companhias docas, o governo brasileiro pretende fazer uma revisão minuciosa nas concessões dos terminais portuários. A Codesp (Companhia Docas do Estado de São Paulo), que administra o Porto de Santos, iniciará este processo. Frente ao fato, analistas da Ativa e do Bradesco publicaram relatórios avaliando os impactos para as companhias do setor.
Segundo o presidente da SEP (Secretaria Especial de Portos), o perfil dos negócios mudou com o ...
Revisão em concessões de portos é mal recebida por analistas
Por: Marcelo Olsen Saad
26/01/09 - 14h26
InfoMoney
SÃO PAULO - Por meio de suas companhias docas, o governo brasileiro pretende fazer uma revisão minuciosa nas concessões dos terminais portuários. A Codesp (Companhia Docas do Estado de São Paulo), que administra o Porto de Santos, iniciará este processo. Frente ao fato, analistas da Ativa e do Bradesco publicaram relatórios avaliando os impactos para as companhias do setor.
Segundo o presidente da SEP (Secretaria Especial de Portos), o perfil dos negócios mudou com o surgimento de alguns serviços, como armazenagem de contêineres, ovação e desova de contêineres, que não estão contemplados nos contratos de concessões.
De acordo com o dirigente da Codesp, a criação dessas novas tarifas não tem motivação arrecadatória; é mais uma adaptação ao novo modelo de negócios e visa a criação de portos "autossustentáveis".
Negativa
Na visão da Ativa, a notícia é negativa para Wilson Sons, Santos Brasil e Log-In. Para os analistas da corretora, essa adaptação nos contratos vai gerar aumento de custos para as empresas num momento de provável contração das receitas, dada a redução da corrente de comércio em todo o mundo em função da crise.
"Ainda é cedo para avaliarmos o tamanho do impacto nos custos que essa medida trará", dizem os analistas. Deste modo, reafirmam a recomendação de compra para Wilson Sons, com preço-alvo estimado em R$ 20,22.
Quarto trimestre de 2008
Quanto aos resultados operacionais do último trimestre de 2008, o Bradesco espera que a ALL reporte 10,1 milhões de NTKs (tonelada líquida por quilômetro), com uma receita líquida de R$ 571 milhões e Ebitda (medida de geração operacional de caixa) de R$ 276 milhões. Para o lucro líquido, a estimativa é de R$ 22 milhões e os analistas esperam um impacto positivo nas ações da empresa após a publicação destes resultados.
Já para a Log-in, as expectativas apontam para uma receita líquida de R$ 136 milhões, com Ebitda de R$ 45 milhões e lucro líquido de R$ 20 milhões. O impacto previsto sobre as ações também é positivo.
Para a Santos Brasil, a equipe do Bradesco projeta que o volume de containeres movimentados chegue a 220.950 no último trimestre de 2008. Com isso, a receita líquida da companhia deve atingir R$ 210 milhões, com Ebitda de R$ 70 milhões e lucro líquido de R$ 18 milhões. Desconsiderados efeitos recorrentes, o Ebitda seria de R$ 89,6 milhões. "Nós esperamos um impacto neutro sobre as ações".
Recomendações do Bradesco
Empresa Código Recomendação Preço-alvo Potencial de valorização*
ALL ALLL11 outperform R$ 17 112%
Log-in LOGN3 outperform R$ 10 58%
Santos Brasil STBP11 outperform R$ 23 193%
Tegma TGMA3 outperform R$ 12 124%
Wilson Sons WSON11 outperform R$ 18 53%
* Potencial de valorização com base na cotação de 26 de janeiro
Os analistas do banco acreditam que o volume de veículos transportados pela Tegma deve chegar a 200 mil no mesmo período. Isso deve fazer com que a receita líquida some R$ 234 milhões, com Ebitda de R$ 34 milhões e lucro líquido de R$ 10 milhões. O reflexo esperado sobre as ações também foi classificado como neutro.
Por fim, para a Wilson Sons a previsão é de um volume de 212.537 TEUs (tamanho padrão de contêiner intermodal de 20 pés) transportados. Com isso, estima-se uma receita líquida de US$ 123 milhões, Ebitda de US$ 29 milhões e lucro líquido de US$ 9,2 milhões.
Mostrar mais