Brasília, 01 de Outubro de 2013 – De acordo com os últimos dados divulgados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), a balança comercial brasileira registrou um déficit de US$ 1,622 bilhão entre janeiro e setembro de 2013. Esse é o pior saldo do comércio exterior do Brasil nos nove primeiros meses de um ano desde 1998, quando o Brasil registrou um déficit US$ 3,637 bilhões de saldo comercial.
O desempenho no acumulado de 2013 é bem diferente do verificado em igual período de 2012, quando foi registrado superávit de US$ 15,724 bilhões.
O déficit acumulado no ano, por ora, decorre de quatro meses de resultados negativos: janeiro (US$ 4,041 bilhões), fevereiro (US$ 1,279 bilhão), abril (US$ 9945 milhões) e julho (US$ 1,899 bilhão). A balança comercial registrou superávit nos outros cinco meses: março (US$ 161 milhão), maio (US$ 757 milhões), junho (US$ 2,3 bilhões), agosto (US$ 1,226 bilhão) e setembro (US$ 2,147 bilhões).
Entenda por que a balança comercial brasileira encontra-se deficitária
O fraco desempenho da balança comercial neste ano acontece em meio à crise financeira internacional, que tem gerado queda do comércio mundial, e, segundo o governo federal, também está relacionado com o atraso na contabilização da importação de combustíveis e derivados.
O atraso na contabilização das importações de combustíveis aconteceu porque, em julho de 2012, a Receita Federal editou a instrução normativa 1.282, que concedeu um prazo de até 50 dias para registro das importações de combustíveis e derivados feitas pela Petrobras.
Normalmente, as empresas têm 20 dias para fazer o registro. Cerca de US$ 4,5 bilhões em importações de petróleo e derivados que aconteceram, de fato, em 2012 foram contabilizadas somente neste ano.
Expectativas sobre a balança comercial brasileira até o fim de 2013
Para 2013, ano que ainda será influenciado pelos efeitos da crise financeira internacional e pela concorrência acirrada pelos mercados que ainda registram crescimento econômico – como é o caso do Brasil –, os economistas dos bancos, assim como a autoridade monetária, acreditam que o valor do superávit da balança comercial (exportações menos importações) registrará forte queda, atingindo US$ 2 bilhões.