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Brasil: déficit em conta externa sobe e bate recorde histórico em 2013

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Rio de Janeiro, 25 de Outubro de 2013 – O Banco Central do Brasil (BC) divulgou na manhã desta sexta-feira o saldo das transações correntes do país com o exterior. O cálculo deste saldo é formado pela soma do resultado da balança comercial, da balança de serviços e da transferência de rendas.

De janeiro até setembro de 2013, o país acumula um déficit em transações correntes de US$ 60,4 bilhões – novo recorde para o período. Até o momento, a barreira dos US$ 60 bilhões nunca havia sido atingida. Com isso, o déficit parcial deste ano já superou o resultado negativo registrado em todo ano de 2012 (déficit de US$ 54,23 bilhões – recorde histórico para um ano fechado) e teve alta de 77% sobre os nove primeiros meses do ano passado – déficit de US$ 34,13 bilhões.

Para todo este ano, o Banco Central manteve em US$ 75 bilhões sua estimativa para o resultado negativo da conta de transações correntes. O mercado financeiro, porém, acredita em um déficit maior neste ano: de US$ 79 bilhões.

 

Déficit Externo x PIB

 

Na comparação com o PIB, os números também mostram forte deterioração do resultado em transações correntes. Nos nove primeiros meses deste ano, o déficit externo brasileiro somou 3,63% do PIB, contra 2,03% da proporção do PIB em igual período do ano passado. Para todo este ano, a expectativa do Banco Central é que o déficit das contas externas some 3,35% do PIB.

Até o momento, o maior déficit externo já registrado aconteceu em 2012, no valor de US$ 54 bilhões. Na proporção com o PIB, será o pior resultado desde 2001 (4,19% do PIB), ou seja, em mais de dez anos.

 

Déficit Externo x Balança Comercial

 

A piora no resultado das contas externas neste ano está relacionada, principalmente, com o fraco desempenho da balança comercial brasileira – que acumulou um déficit de US$ 1,6 bilhão nos nove primeiros meses de 2013. Em igual período do ano passado, foi computado um superávit de US$ 15,7 bilhões. Houve, deste modo, uma reversão de US$ 17,3 bilhões no saldo comercial entre janeiro e setembro.

Os outros componentes das contas externas, entretanto, também mostraram deterioração de janeiro a setembro de 2013. O resultado negativo da conta de serviços, por exemplo, somou US$ 34,8 bilhões, o que representa um aumento frente ao déficit de US$ 29,4 bilhões registrado em igual período de 2012. Nas rendas, o déficit somou US$ 26,2 bilhões no acumulado de 2013 – com alta frente a igual período do ano passado (-US$ 22,5 bilhões).

 

Déficit Externo x Investimentos Estrangeiros

 

A autoridade monetária brasileira informou que os investimentos estrangeiros diretos somaram US$ 43,78 bilhões de janeiro a setembro deste ano, com queda frente ao mesmo período do ano passado (US$ 47,5 bilhões). A expectativa do Banco Central para este ano é do ingresso de US$ 60 bilhões em investimento direto. Com isso, o BC espera queda frente ao patamar registrado no ano passado (US$ 65,2 bilhões).

Com isso, o BC confirmou que o resultado negativo da conta corrente não foi integralmente financiado pela entrada de investimentos produtivos na economia brasileira até agosto e disse que espera que o mesmo fenômeno aconteça em 2013 fechado – algo que não acontece desde 2001.

Quando o déficit não é coberto pelos investimentos estrangeiros, o país tem de se apoiar em outros fluxos, como ingresso de recursos para aplicações financeiras, ou empréstimos buscados no exterior, para fechar as contas.

Analistas alertam, entretanto, que em um cenário de crescimento menor do PIB e menor disponibilidade de recursos nos mercados (com a sinalização do fim das medidas de estímulo nos Estados Unidos), e com uma confiança menor na economia brasileira, a atratividade do Brasil também é mais baixa – o que pode significar problemas no financiamento do déficit das contas externas.

 

Investimento brasileiro no exterior atingiu US$ 266 bilhões em 2012

 

De acordo com o Banco Central, o volume total (estoque) de investimentos brasileiros no exterior atingiu a marca de US$ 266 bilhões no ano fim do ano passado. O valor representa um crescimento de 31,4%, ou de US$ 63,6 bilhões, frente ao patamar registrado no fim de 2011 (US$ 202,58 bilhões).

Parte significativa desses investimentos é resultado do processo de expansão do capital brasileiro no exterior. A participação no capital de empresas no exterior teve crescimento, o que demonstra uma internacionalização da economia brasileira. Por outro lado, parte desse crescimento também se deve à uma mudança de metodologia, que passou a incorporar o valor de mercado das empresas.

Em 2012, segundo o BC, o estoque do investimento brasileiro direto no exterior, na forma de participação no capital de empresas, somou US$ 247,15 bilhões, com crescimento de 28% frente ao ano de 2011 (US$ 192,9 bilhões).

O crescimento do volume total de investimentos brasileiros no exterior, em 2012, foi bem maior do que o registrado no ano anterior. Em 2011, o estoque destes investimentos subiu 7,4%. A variação também superou o registrado nos últimos anos. Em 2010, o volume total dos investimentos cresceu 14,65%; em 2009 avançou 5,5% e, no ano anterior (2008), subiu 11,35%.

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