Rio de Janeiro, 29 de Abril de 2014 – A pesquisa do instituto MDA encomendada pela Confederação Nacional do Transporte (CNT) e divulgada nesta terça-feira mostrou que, a menos de seis meses das eleições, a presidente Dilma Rousseff registrou 37,0% das intenções de voto e se manteve na liderança da disputa presidencial, em um cenário que não inclui pré-candidatos de pequenos partidos. Na pesquisa anterior, realizada com o mesmo critério e divulgada em fevereiro, a atual presidente aparecia com 43,7%.
A queda de quase sete pontos percentuais nas intenções de voto para presidente contrasta com o crescimento de Aécio Neves e Eduardo Campos, que passam a buscar os votos que Dilma Rousseff está perdendo – o que aumenta a possibilidade de segundo turno nas eleições presidenciais deste ano.
De acordo com pesquisa eleitoral, o senador Aécio Neves aparece com 21,6% das intenções de voto em abril, frente a 17,0% na pesquisa anterior do início deste ano. Já o ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos, soma 11,8% das intenções de voto, avançando pouco menos de dois pontos percentuais em relação a fevereiro de 2014. Votos brancos e nulos somaram 20,0% e o percentual dos eleitores que não sabem ou não responderam atingiu os 9,6%.
A margem de erro da pesquisa eleitoral realizada pelo instituto MDA é de 2,2 pontos percentuais para mais ou para menos. O MDA ouviu 2.002 eleitores entre os dias 20 e 25 de abril, em 137 municípios de 24 unidades da federação. Por ser ano eleitoral, a pesquisa foi registrada sob o número BR00086/2014 no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), como determinam as regras eleitorais.
Pesquisa Eleitoral x Mercado Financeiro
Diante da queda de seis pontos percentuais nas intenções de voto para presidente, o principal índice de ações da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) subiu, os juros futuros negociados na Bolsa de Mercadoria e Futuros (BM&F) caíram e o dólar fechou em alta em relação ao real, apesar de ter caído bastante durante a sessão.
A alta do Ibovespa foi puxada, principalmente, pela valorização das ações da Petrobras (PETR3 e PETR4), altamente recomendadas pelas instituições estrangeiras que estão voltando a investir no Brasil. Os investidores acreditam que as ações da estatal vão se recuperar porque alguma medida importante será tomada pelo próximo governo como, por exemplo, a liberação do reajuste dos combustíveis e da compra de insumos estrangeiros (eliminando a exigência de conteúdo nacional na produção).
A queda dos juros futuros estaria ligada a uma estratégia mais pragmática do novo governo no controle da inflação: um governo mais pragmático elevaria as taxas de juros no curto prazo e seria mais duro com a política econômica para poder controlar os preços e conseguir reduzir os juros novamente no futuro.