São Paulo, 14 de Outubro de 2015 – O volume de vendas no varejo brasileiro diminuiu 0,9% no oitavo mês do ano, na comparação com o mês anterior. Em termos do volume de vendas, seis das oito atividades pesquisadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) obtiveram resultados negativos.
As taxas negativas registradas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) foram registradas nos seguintes setores do varejo brasileiro: Livros, jornais, revistas e papelaria (-2,6%); Móveis e eletrodomésticos (-2,0%); Tecidos, vestuário e calçados (-1,7%); Combustíveis e lubrificantes (-1,3%); Outros artigos de uso pessoal e doméstico (-0,2%); Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-0,1%).
Por outro lado, o setor de Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos registrou alta de (0,6%) e o setor Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação apresentou avanço de (1,0%).
Na comparação entre agosto de 2015 e agosto de 2014, na série sem ajuste sazonal, considerando o volume de vendas, sete das oito atividades do comércio varejista registraram variações negativas: Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-4,8%), Móveis e eletrodomésticos (-18,6%), Tecidos, vestuário e calçados (-13,7%), Combustíveis e lubrificantes (-7,2%), Outros artigos de uso pessoal e doméstico (-2,9%), Livros, jornais, revistas e papelaria (-15,6%) e Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação (-7,1%).
Por outro lado, o setor de Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria registrou crescimento de 1,1% frente a agosto do ano passado.
Atividade de móveis e eletrodomésticos
A atividade de Móveis e eletrodomésticos foi responsável pela segunda maior participação negativa ao índice geral com recuo de 18,6% no volume de vendas em relação a agosto do ano passado, sendo essa a nona taxa negativa nessa comparação. Em termos acumulados, os resultados foram: -12,4% para os oito primeiros meses do ano e -8,2% para os últimos 12 meses. Este comportamento negativo vem sendo decorrente de fatores como: restrições ao crédito, principalmente em função do aumento da taxa de juros para crédito as pessoas físicas, que passa de 27,9% ao ano em agosto de 2014 para 36,9% ao ano em agosto de 2015, segundo o Banco Central, além da redução da massa real dos rendimentos. Vale citar ainda o impacto da retirada dos incentivos via redução do IPI para diversos itens do segmento, especialmente a “linha branca” e móveis.
Atividade de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo
O segmento de Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, com variação de -4,8% no volume de vendas em agosto sobre igual mês do ano anterior, exerceu o maior impacto negativo na formação da taxa global do varejo. Esse resultado confirma a trajetória descendente do segmento, evidenciado pela sétima queda consecutiva nessa comparação e acumulando para os oito primeiros meses do ano uma perda de 2,3% e em doze meses de -1,7%. Esta atividade teve seu desempenho influenciado pelo menor ritmo de crescimento da renda e pelo comportamento dos preços dos alimentos, que cresceram acima do índice geral no período de 12 meses: 10,9% no grupo alimentação no domicílio, contra 9,5% da inflação global, segundo o IPCA.
Atividade de tecidos, vestuário e calçados
O segmento de Tecidos, vestuário e calçados, que apresentou variação de -13,7% no volume de vendas em comparação com agosto do ano anterior, representou a terceira contribuição negativa à taxa global do varejo. Em relação às taxas acumuladas, os resultados foram de -6,6% para os oito primeiros meses do ano e de -4,3% para os últimos 12 meses. Mesmo com os preços do principal item que compõe a atividade variando menos que a inflação geral (vestuário com 3,8% contra 9,5% no índice geral, segundo IPCA) o setor apresentou desempenho abaixo da média, acompanhando o quadro da conjuntura atual.
Atividade de combustíveis e lubrificantes
O comércio de combustíveis e lubrificantes, com variação de -3,6% no volume de vendas, em relação a julho de 2014, foi responsável pelo quarto maior impacto no resultado geral do varejo. Em termos de desempenho acumulado, as taxas de variação ficaram em -3,3% e -1,2%, para os sete primeiros meses do ano e para os últimos 12 meses, respectivamente. A redução do ritmo da economia e os preços dos combustíveis se comportando acima da inflação geral (10,6% contra 9,6%, segundo o IPCA) são alguns dos fatores que vêm influenciando o comportamento desse segmento.
Atividade de livros, jornais, revistas e papelaria
A atividade de Livros, jornais, revistas e papelaria, com taxa de -15,6% no volume de vendas sobre agosto de 2014, respondeu pela sexta contribuição negativa ao resultado total varejista. Em termos de taxas acumuladas, nos oito meses do ano e nos últimos 12 meses as variações foram, respectivamente, de -9,2% e -9,3%. A trajetória declinante desta atividade, em especial para livros e jornais, vem sendo influenciada pela substituição da editoração gráfica pela digital.
Atividade de equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação
O segmento de Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação , responsável pela sétima participação negativa na formação da taxa global, apresentou variação de -7,1% sobre igual mês do ano anterior, segundo recuo consecutivo no ano. Dentre os fatores que vêm determinando o desempenho negativo dos últimos dois meses, destaca-se a valorização do dólar frente ao real, além da restrição do crédito. Para períodos mais longos, as taxas permanecem positivas, sendo de 5,9,% nos oito primeiros meses do ano e 4,7% nos últimos 12 meses.
Atividade de outros artigos de uso pessoal e doméstico
A atividade de Outros artigos de uso pessoal e doméstico, que engloba segmentos como lojas de departamentos, ótica, joalheria, artigos esportivos, brinquedos etc., exerceu a quinta influência negativa na formação da taxa do varejo, com variação de -2,9% no volume de vendas em relação ao mesmo período de 2014, segundo resultado negativo do ano. Já em termos acumulados, as taxas permanecem no campo positivo: 2,6% nos oito primeiros meses do ano, e de 4,4% para os últimos 12 meses.
Atividade de artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria
Por outro lado, o único impacto positivo na formação da taxa global do varejo ficou por conta do desempenho de Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria, que registrou crescimento de 1,1% no volume de vendas em relação a agosto de 2014, com taxas acumuladas de 4,2% no ano e de 5,6% para os últimos 12 meses. O comportamento dos preços dos produtos farmacêuticos, que em 12 meses subiu 6,7% contra 9,5% do índice geral, segundo IPCA e a essencialidade dos produtos comercializados são os principais fatores explicativos do comportamento positivo deste segmento.
Notícias Relacionadas
– Brasil: Vendas no comércio varejista caíram 0,9% em Agosto de 2015
– IBGE: Vendas no varejo brasileiro diminuíram em sete das oito atividades avaliadas em Agosto de 2015