O Índice Bovespa iniciou o dia hoje em forte alta, chegando a superar 0s 2% de ganho. No fim da manhã, o indicador desacelerou ligeiramente, mas seguia firme nos ganhos. O Brasil destoa dos demais mercados internacionais, que têm hoje mais um dia de aversão ao risco. Às 12h10, o Índice Bovespa estava em alta de 1,98%, aos 42.418 pontos, depois de atingir a máxima pela manhã de 42.544 pontos.
No exterior, o mercado segue cauteloso com os movimentos da China, que reduziu o compulsório dos bancos e desvalorizou sua moeda, o yuan. O primeiro movimento libera mais recursos para o sistema financeiro e pode ser visto como um estímulo para a economia, mas também pode indicar uma preocupação com a liquidez dos bancos, um dos pontos fracos da economia chinesa. Já a desvalorização do yuan preocupa os demais países pelo receio de uma guerra cambial e comercial que poderia jogar a economia mundial numa nova recessão.
Ativos vistos como porto seguro pelos investidores estão em alta, com o ouro ganhando 0,86% em Nova York. Os juros dos papéis do governo alemão estão em queda, assim como os dos Estados Unidos.
Minério de ferro e petróleo em alta
Apesar disso, os preços do petróleo e do minério de ferro voltaram a subir, ajudando dois dos principais papéis brasileiros, Petrobras e Vale. O minério de ferro subiu 2,75%, para US$ 49,62, beneficiando a Vale. Já o petróleo está em alta, de 1,31% o WTI, negociado nos EUA a US$ 33,21 o barril, e 1,82% o Brent, em Londres, vendido a US$ 35,74.
Petrobras sobe 5% e Vale, 4%
As ações ordinárias (ON, como voto) da Petrobras ganham 5,22% e as preferenciais (PN, sem voto), 4,93%. A empresa anuncio hoje também que fechou acordo com o China Development Bank (CDB) para um empréstimo de US$ 10 bilhões em troca de fornecimento de petróleo para companhias chinesas. Já a Vale ON sobe 4% e a PNA, 2,97%.
Os bancos puxam a alta do Ibovespa, com as ações PN do Itaú Unibanco, maior peso no índice, ganhando 1,46%. As PN do Bradesco sobem 1,21% e as ON do Banco do Brasil, 2,12%. As units (recibos de ações) do Santander ganham 4,31%.
Só Oi e Energias do Brasil em queda no Ibovespa
Apenas dois papéis do Ibovespa estão em queda: Oi PN (OIBR4), com -5,22%, e Energias do Brasil ON (BOV:ENBR3), com -0,48%. A operadora de telefonia ainda sofre com o fracasso do negócio com o fundo de investimentos russo LetterOne, que ia injetar US$ 4 bilhões na empresa para a compra da Tim Participações. A Oi foi rebaixada pela Standard & Poor’s de BB- para B+ em escala global e de brA- para brBBB- na escala nacional, ao mesmo tempo que sua perspectiva foi classificada como negativa, diante do forte endividamento da empresa, que terá de buscar outras fontes de recursos. Hoje, a Bloomberg informou que a Oi teria contratado assessores para reestruturar sua dívida de R$ 60 bilhões.
As maiores altas do Ibovespa eram das ações da Petrobras, seguidas das ações da Localiza ON, com ganho de 5,06%, das ON da Vale d das ON da CPFL, com 4,73%.
Europa em queda
As bolsas na Europa estão em queda, acompanhando os mercados asiáticos. O Índice Composto da Bolsa de Xangai chegou a cair 5% e depois fechou em baixa de 2,9%, perto do menor nível em 14 meses. Os preços ao consumidor na Europa também voltaram a cair, retomando o receio de deflação e de maior desaceleração da economia.
Com isso, o Índice Stoxx 50, que reúne os 50 papéis mais negociados na região, recuava 0,45%. O Financial Times, de Londres, perde 0,34%, o DAX, de Frankfurt, 1,11% e o CAC, de Paris, 0,11%.
EUA perto da estabilidade
Já nos Estados Unidos, o Índice Dow Jones abriu em queda, mas se recuperou e está perto da estabilidade, em alta de 0,03%. O Standard & Poor’s 500 recua ligeiramente, 0,16%, enquanto o Nasdaq sobe 0,17%.
Juros futuros recuam e dólar cai com leilões de linhas
No mercado futuro de juros da BM&FBovespa, as taxas recuam, com o contrato para janeiro de 2017 projetando 14,185% ao ano, abaixo dos 14,225% de sexta-feira. O contrato para janeiro de 2018 estima juros de 14,56%, ante 14,67% na sexta-feira, e o para janeiro de 2019, de 15,14%, ante 15,29% na sexta-feira. Para 2021, a estimativa do mercado é de juros de 15,55%, ante 15,73% no fechamento anterior. Os dados do boletim Focus do Banco Central mostram que o mercado espera uma inflação um pouco menor para este ano e não trabalha com alta dos juros na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) nesta semana.
No mercado de câmbio, o dólar segue em queda diante do real, vendido a R$ 3,969, em baixa de 0,77%. No mercado turismo, de varejo, a moeda está sendo vendida por R$ 4,15, estável em relação a sexta-feira. Hoje, o BC fará dois leilões de linha de crédito em dólar para acalmar os mercados, que podem chegar a US$ 2 bilhões. Os leilões ocorrerão das 15h15 às 15h20 e depois das 15h30 às 15h35.