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IPP de Março de 2016 registra variação de 5,25% nos últimos 12 meses

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Em março de 2016, os preços coletados nas indústrias de transformação brasileiras variaram -1,21% quando comparado a fevereiro. A inflação anual nas portas das fábricas medida pelo Índice de Preços ao Produtor (IPP) variou, em média, 5,25%. No mês anterior, este mesmo indicador apontava para uma variação de 8,52%.

As quatro maiores variações de preços na comparação anual ocorreram na fabricação de:  Indústrias extrativas (-20,17%), outros equipamentos de transporte (15,22%), perfumaria, sabões e produtos de limpeza (14,77%) e fumo (13,90%).

As principais influências vieram de: alimentos (2,26 pontos porcentuais), Indústrias extrativas (-0,67 ponto porcentual), veículos automotores (0,59 ponto porcentual) e outros produtos químicos (0,54 ponto porcentual).

A seguir, encontra-se a análise detalhada desses seis setores que, no mês de março de 2016, encontravam-se entre os principais destaques do Índice de Preços ao Produtor, de acordo com o indicador anual:

 

Indústrias Extrativas

Em março, depois de resultados negativos ininterruptos desde novembro de 2015, a variação contra o mês anterior foi de 6,56% (superior a que ocorreu em outubro de 2015, 2,04%). Mesmo com esse resultado positivo, tanto o acumulado no ano (-9,23%) quanto a comparação com o mesmo mês do ano passado (-20,17%) mantiveram-se com variações negativas. Com o resultado de março, o acumulado está próximo daquele do fechamento do ano de 2015 (-9,33%). Vale dizer que a atividade, com esses resultados, está listada entre os destaques em termos de todos os indicadores calculados na análise. O resultado positivo observado no mês se deve às variações em “óleos brutos de petróleo” e “minérios de ferro”, que, por sua vez, são negativas nas demais comparações.

 

Fumo

Em março de 2016, os preços da indústria do fumo apresentaram variação negativa de 4,86% na comparação com o mês imediatamente anterior. “Fumo processado” contribuiu para a queda, já que seu preço é ligado diretamente ao dólar, que nesse mesmo período teve uma variação negativa de 6,8%. Na comparação com o mesmo mês do ano anterior, os preços do setor apresentaram variação de 13,9% – resultado que repete o comportamento histórico de aderência entre os preços do setor e a variação cambial (R$/US$) que nesse período foi de 18,0%. A variação acumulada no ano foi de -1,97%.

 

Outros equipamentos de transporte

Em março de 2016, os preços do setor apresentaram variação de -4,86% na comparação com o mês imediatamente anterior, repetindo o sinal da variação de fevereiro (-0,32%). A redução verificada nos preços de “Aviões de peso superior a 2.000 kg” (aderentes à variação cambial – R$/US$) foi o principal responsável pelo resultado no mês. Os outros dois produtos investigados (“Fabricação ou manutenção de embarcações” e “Motocicletas com mais de 50cm3”) apresentaram preços maiores em março na comparação com fevereiro. Com os menores preços de março a variação acumulada no ano reverteu o sinal de fevereiro registrando -1,58%. Na comparação com o mesmo mês do ano anterior, os preços do setor registraram aumento de 15,22% – segunda maior taxa registrada na indústria geral e maior taxa da indústria de transformação.

 

Perfumaria, sabões e produtos de limpeza

Em março de 2016, os preços do setor apresentaram variação de 2,17%, completando a sequência de 20 meses com variações positivas, uma vez que a última variação negativa ocorreu em julho de 2014, com -0,17%. Em 2016 os preços do setor já acumulam 3,30%, a maior variação acumulada para um primeiro trimestre de ano desde o início da pesquisa. Contudo, o destaque para a evolução dos preços desta atividade deve-se à variação de 14,77% no comparativo contra o mesmo mês do ano anterior, sendo o maior resultado acumulado em doze meses que esta atividade já apresentou. Figuram entre os produtos que mais contribuíram para a evolução dos preços desta atividade no mês de março de 2016 “dentifrícios”, “sabões ou detergentes, exceto líquidos”, “xampus para cabelos” e “desodorantes líquidos” que, juntos, foram responsáveis por 1,95 ponto porcentual da variação de 2,17%, no mês. Destes, apenas o produto “desodorantes líquidos” apresentou variação negativa.

 

Alimentos

A variação de preços observada entre janeiro e fevereiro foi de 0,33%, menor taxa desde junho de 2015 (0,13%). Com esse aumento, a variação positiva acumulada chegou a 1,95%. Já na comparação com fevereiro de 2015, a variação é de 15,67%. Com esses resultados, em termos de influência, o setor desponta como a principal influência positiva nos três indicadores avaliados: Mensal (0,07 ponto porcentual); Acumulado em 2016 (0,39 ponto porcentual); e no Anualizado (3,00 ponto porcentual). Os produtos em destaque em termos de influência são “resíduos da extração de soja” e “açúcar cristal”.

 

Outros produtos químicos

Os preços da indústria química registraram no mês de março uma variação negativa de 4,11%, (maior queda no setor, neste tipo de comparação, desde o início da série do IPP em janeiro de 2010), o que gerou uma variação acumulada de preços no ano de -6,35% e de 5,33% em 12 meses. Um ponto a ser destacado é que as principais variações, todas negativas excetuando “sulfato de amônio ou uréia”, ocorreram em produtos que não fazem parte dos que apresentam maior peso de cálculo (ver na coluna dos produtos listados como principais “contribuições”), o que não ocorre entre os de maior influência, onde apenas o “PEAD” não está nesta categoria; são eles “adubos e fertilizantes à base de NPK”, “etileno (eteno) não-saturado” e “polipropileno(PP)”, todos os quatro produtos com resultados negativos no mês. “Amoníaco” é o principal insumo para a obtenção dos fertilizantes nitrogenados e tem apresentado queda de preços nos últimos meses (inclusive é um dos destaques de variação negativa), o que explica em parte os resultados para o produto “adubos ou fertilizantes à base de NPK”. O cenário da indústria química dos produtos petroquímicos básicos e intermediários para plastificantes, resinas e fibras é ligado aos valores internacionais, aos custos associados à energia elétrica, à compra de matérias-primas importadas, à cotação do dólar (desvalorização do real frente à moeda americana de 18,0% em 12 meses) e aos preços da nafta, produto com queda de preços entre outubro de 2015 e março de 2016; o que também explica em parte a redução dos preços no último mês. Interessante ressaltar que os quatro produtos de maior influência no mês contra mês imediatamente anterior representaram -2,62 pontos porcentuais no resultado de -4,11%; ou seja, os demais 28 produtos contribuíram com -1,49 ponto porcentual, que é um dos destaques de variação negativa), o que explica em parte os resultados para o produto “adubos ou fertilizantes à base de NPK”. O cenário da indústria química dos produtos petroquímicos básicos e intermediários para plastificantes, resinas e fibras é ligado aos valores internacionais, aos custos associados à energia elétrica, à compra de matérias-primas importadas, à cotação do dólar (desvalorização do real frente à moeda americana de 18,0% em 12 meses) e aos preços da nafta, produto com queda de preços entre outubro de 2015 e março de 2016; o que também explica em parte a redução dos preços no último mês. Interessante ressaltar que os quatro produtos de maior influência no mês contra mês imediatamente anterior representaram -2,62 pontos porcentuais. no resultado de -4,11%; ou seja, os demais 28 produtos contribuíram com -1,49 ponto porcentual.

 

Veículos automotores

Em março, a variação média dos produtos do setor de veículos automotores foi de -0,26%, fazendo com que o acumulado no ano retrocedesse de 2,09%, em fevereiro, para 1,82%, em março. Na comparação com igual mês de 2015, os preços de março de 2016 estão 5,47% maiores que os de março de 2015, numa série que é decrescente desde janeiro de 2016 (7,14%). A influência de “automóveis para passageiros, a gasolina, álcool ou bicombustível, de qualquer potência” desponta como a mais expressiva, o que se justifica pela grande importância que o produto tem no cálculo do setor (peso de um pouco menos de 50%).

 

 

Entenda o Índice de Preços ao Produtor (IPP)

Produzido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Índice de Preços ao Produtor (IPP) tem como principal objetivo medir a variação média dos preços de venda recebidos pelos produtores domésticos de bens e serviços, sinalizando as tendências inflacionárias de curto prazo no Brasil.

O IPP mensura a evolução dos preços de produtos de vinte e três setores da indústria de transformação. Cerca de mil e quatrocentas empresas são visitadas pelo IBGE para a pesquisa.

Os preços coletados ainda não apresentam a incorporação de impostos tarifas e fretes, sendo definidos apenas pelas práticas comerciais usuais. O instituto coleta, aproximadamente, cinco mil preços por mês.

Clique aqui e saiba mais sobre a inflação aferida na porta das fábricas brasileiras

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