As Lojas Renner (BOV:LREN3) registraram lucro líquido de R$ 65,5 milhões neste primeiro trimestre, 10,5% menos do que os ganhos obtidos nos mesmos meses do ano passado. A receita líquida da companhia avançou 6,3%, para R$ 1,247 bilhão, na mesma comparação, enquanto seu lucro antes dos juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) caiu 6,5%, para R$ 185,8 milhões.

Na avaliação do analista Marcel Moraes, do Deutsche Bank, apesar do balanço mais fraco, a varejista brasileira continua a crescer a um ritmo acelerado devido a um plano de investimentos agressivo.

No entanto, desde o quarto trimestre de 2015, a empresa não foi capaz de compensar os ventos desfavoráveis do ambiente econômico, que tem pressionado bastante suas vendas. Por isso, o banco alemão recomenda cautela aos investidores, com indicação de “manter” as ações da companhia e preço-alvo projetado de R$ 16.

Na análise de Mariana Ruza Paulon e Mário Bernardes Junior do BB Investimentos, o balanço trouxe números inferiores na base anual, mas ainda melhores do que os esperados para o setor, bastante prejudicado pelo cenário macroeconômico. Para eles, a Renner conseguiu um bom desempenho no período e continua figurando como boa aposta de investimento.

A empresa registrou um aumento do total de despesas operacionais de 16,2% no período, para R$ 474 milhões. Os analistas do BBI apontam como seus principais fatores a maior carga fiscal sobre a folha de pagamento, a pressão do aumento dos custos de energia elétrica e a abertura de sete novas lojas durante o trimestre (duas da Renner, uma da Camicado e outras quatro da Youcom), que totalizaram um investimento de R$ 87,5 milhões. Segundo o BBI, a expectativa para a ação da empresa é em linha com média de mercado, com preço-alvo sugerido de R$ 23.

O BBI ainda vê com otimismo as estimativas de desempenho da companhia nos próximos períodos, principalmente por meio de ganhos de participação de mercado, uma vez que a varejista conta com “algumas vantagens competitivas”, aponta o relatório do banco brasileiro.