Após abertura instável, refletindo as trajetórias mistas das bolsas internacionais, o Índice Bovespa tinha alta, às 11h50, de 0,41%, para 51.885 pontos. O mercado aguarda para as próximas horas a decisão da Comissão Especial do Senado sobre a continuidade do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. O mercado não deu muita atenção ao novo rebaixamento do Brasil pela Fitch ontem à noite.
O principal indicador brasileiro era impulsionado pelos papéis ordinários (ON, com voto) e preferenciais da série A (PNA, sem voto) da Vale, que ganhavam 3,90% e 3,92%, respectivamente, apesar da significativa queda 3,15% do minério de ferro lá fora, para US$ 58,29 a tonelada.
Além da mineradora, o Ibovespa subia com os avanços de Petrobras ON, 2,61%, e suas ações PN, 1,94%, puxadas pelo petróleo mais forte no exterior. Com peso forte no índice, os bancos também subiam: Itaú Unibanco PN, 0,43%, Bradesco PN, 0,20%, BB ON, 0,63%, e as units (recibos de ações) do Santander, 1,16%.
Na noite de ontem, a agência de classificação de risco Fitch Ratings rebaixou a nota de crédito do Brasil para dívidas de longo prazo em moeda local de BB+ para BB, mantendo a perspectiva negativa para a avaliação. A agência piorou a previsão de queda do PIB brasileiro deste ano, de 2,5% para 3,8%, e vê perda de credibilidade na política fiscal. Os investidores também repercutiam os impactos no Congresso do afastamento de Eduardo Cunha da presidência da Câmara dos Deputados. Alguns analistas temem que a saída de Cunha dificulte a aprovação no Congresso de medidas por Michel Temer em substituição à Dilma.
Bradespar avança 5% e Braskem cai quase 2%
No horário, os maiores ganhos do Ibovespa eram de Bradespar PN, 5,52%, Gerdau PN, 4,56%, Vale PNA, e Vale ON. Na condição de importante acionista da Vale, Bradespar subia com o avanço da mineradora. Já Braskem PNA puxadas as piores quedas do índice, com baixa de 1,84%, seguida por Embraer ON, 1,41%, CCR ON, 1,37%, e Suzano Papel PNA, 0,88%.
EUA, Europa e petróleo têm leve recuo
Com o pior nível de criação de empregos dos Estados Unidos em sete meses, os principais índices de ações americanos recuavam. O Dow Jones perdia 0,09%, com o S&P 500 ganhava 0,19% e o indicador da Nasdaq, 0,39%. Em abril, o país criou 160 mil vagas, com desempenho fraco no setor de construção e perdas no varejo. A estimativa dos analistas indicava a criação 202 mil novos postos de trabalho no período.
Refletindo os dados mais fracos do mercado de trabalho dos EUA, as bolsas da zona do euro registravam sentidos distintos. O Stoxx 50, dos 50 papéis mais líquidos do bloco, tinha recuo de 0,10%, acompanhado pelo britânico Financial Times, 0,06%, e pelo francês CAC, 0,25%. Já o alemão avançava 0,54%.
Após abrir em baixa, o barril do petróleo WTI, negociado em Nova York, tinha ganhos de 0,52%, para US$ 44,55, acompanhado pela commodity do tipo Brent, de Londres, que tinha valorização de 0,40%, para US$ 45,19.
Juros longos sobem e dólar tem leve avanço para R$ 3,53
As taxas de juros futuros para 2017 ficavam estáveis em 13,47% ao ano. Para 2018, as projeções subiam de 12,77% para 12,84%, como as taxas para 2019, que tinham alta de 12,56% para 12,58%, seguidas pelos juros válidos até 2021, que passavam de 12,52% para 12,60%. Pela manhã, o mercado refletia a baixa de 0,36% da inflação medida pelo Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) em abril e o IPCA, inflação oficial, que ficou acima do esperado.
Sem a intervenção do Banco Central (BC) hoje, o dólar comercial subia 0,39%, para R$ 3,53 na venda, enquanto o dólar turismo caía 0,27%, sendo vendido por R$ 3,68.