O BB Investimentos considerou a recente renegociação da dívida da Gol com seus credores externos ”mais um passo importante na reestruturação financeira e operacional” da companhia, apesar da baixa adesão à troca. Do total de cerca de US$ 800 milhões de dívida que a empresa tem no exterior, US$ 175 milhões aceitaram a troca, ou aproximadamente 22% do total.  O novo acordo da aérea irá reduzir sua dívida em US$ 101,2 milhões, com US$ 13,9 milhões em uso de caixa e uma economia anual de US$ 9,3 milhões em juros. A empresa ofereceu garantias de alienação fiduciária de US$ 222,7 milhões.

Em relatório, o analista chefe da instituição, Mário Bernardes Junior, sublinha como principais esforços da empresa nessa nova fase: a redução da frota, a venda antecipada de bilhetes de avião da Smiles, suas alterações de rota, as renegociações com fornecedores e a revisão de contratos de arrendamento de aeronaves.

Mas, ainda assim, ele ressalta que a Gol ainda não anunciou o desenvolvimento da renegociação de sua dívida de debêntures no mercado interno, o que, para o BBI, figura como uma das peças-chave para a conclusão do processo de reestruturação. A empresa têm um total de empréstimos e títulos estimado em R$ 9,3 bilhões. A empresa foi beneficiada este ano com a queda do dólar, que reduziu seu débito externo e o preço do combustível em reais, além dos sinais de uma mudança na regulação do setor que deve permitir uma participação maior de estrangeiros nas empresas brasileiras.

Na avaliação de Bernardes Junior, as medidas tomadas pela empresa terão importantes benefícios a curto e médio prazo, principalmente por conta dos recursos em circulação, em um momento em que as atenções estão voltadas para a necessidade de reduzir a queima de caixa contínua e para a geração operacional positiva da companhia.

Após a conclusão dessas medidas de correção financeiras e operacionais, o banco de investimentos não descarta a possibilidade de que a GOL surpreenda com resultados positivos já no segundo trimestre deste ano. Apesar do tom otimista da análise, o BBI manteve suas projeções de maio para Gol, com desempenho em linha com o mercado e preço-alvo de R$ 3,80 para as ações.