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Dieese: mercado de trabalho ainda deve piorar

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O mercado de trabalho local ainda não chegou no fundo do poço e uma melhora do quadro apenas deve ocorrer em 2018, acredita a técnica do Departamento Intersindical de Estudos Socioeconômicos (Dieese) Milena Prado. Segundo ela, a atual geração de empregos está bem longe de compensar as vagas perdidas após o fim período de bonança brasileiro.

Desde o primeiro trimestre do ano passado, quando efetivamente o país percebeu o aumento da taxa de desocupação e a perda de ritmo da economia, a indústria e os setores de comércio e serviços não têm conseguido se recuperar e a tendência é de piora, avalia Milena.

Nesse período, de acordo com levantamento do Dieese, a maior parte dos desligamentos foi de trabalhadores com vínculos de maior tempo de duração em demissões sem justa causa e, ao mesmo tempo, houve um recuo dos pedidos de demissão por parte do trabalhador, o que já indica uma percepção do mercado de trabalho mais fraco.

No trimestre encerrado em junho deste ano, a taxa de desemprego no país ficou em 11,3%, de acordo com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O número de desocupados chegou a 11,6 milhões de pessoas, 3,2 milhões de pessoas a mais do que no trimestre encerrado em junho de 2015. Nos últimos 12 meses, todas as regiões metropolitanas pesquisadas pelo Dieese registraram aumento nas taxas de desemprego.

Empregos de baixa renda

Segundo Milena, é importante recordar que de 2004 a 2014 o mercado de trabalho local, assim como a economia brasileira, passaram por um período de pleno crescimento, com uma melhora generalizada de seus principais indicadores, incluindo quantidade e qualidade das vagas e dos rendimentos, ainda que a maior parte dos cargos criados fossem de remunerações de até dois salários mínimos. Foi o que proporcionou a criação de uma nova classe média emergente. Em dezembro de 2012, auge da euforia econômica, a taxa de desemprego chegou a 4,6% e a média no ano, 5,5% pela Pesquisa Mensal de Emprego (PME), a mais baixa desde 2002, início da série do IBGE.

A tendência de piora do emprego deve se estender ainda por alguns anos, uma vez que a política do governo interino de Michel Temer, de ajuste fiscal, vai frear ainda mais a economia ao cortar gastos públicos e programas de incentivo, avalia a técnica do Dieese.

Um desafio maior para os jovens

De acordo com estudo da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), nesse cenário de forte crise, a população mais jovem e menos qualificada é a mais impactada pelo mercado de trabalho fraco. 

No relatório “Perspectivas para o Emprego 2016”, a entidade prevê um agravamento dessa fase crítica. Para a organização, a parcela de jovens classificada como “vulnerável”, que, além de não estarem empregados, não estudam ou não estão investindo na formação profissional, é o mais alarmante para o país.

O texto aponta que 10,6% dos brasileiros entre 15 e 29 anos não têm ensino médio e correm um sério risco não conseguirem uma oportunidade de trabalho por conta da crise. O número é quase o dobro da média de 2014.

Dentre os 44 países acompanhados pela análise de criação de empregos, a OCDE aponta que o Brasil ocupou a pior colocação, o que significa na prática que os jovens com mais dificuldades econômicas se veem obrigados a abandonar os estudos. Para piorar o quadro, os efeitos negativos sob essa parcela da população podem perdurar muito mais do que a própria crise, “por não terem a chance de desenvolver uma profissão e seguir uma carreira, esses indivíduos se tornam menos competitivos mesmo após o país ter superado esse momento adverso”, diz trecho do texto.

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