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Setor de private banking cresceu 7% no 1º semestre e espera melhora no 2º semestre

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O segmento de gestão de fortunas, ou private banking, fechou o primeiro semestre deste ano com um crescimento modesto de recursos sob administração, de 7,04%, ou R$ 762,6 bilhões, um pouco acima do juros do CDI, que foi de 6,72% no período. Como a maioria, 88% dos recursos, está aplicada em renda fixa, e os 12% restantes estão em ações, que também subiram, 18,9% pelo Índice Bovespa, boa parte desse crescimento veio dos rendimentos e não de novas aplicações.

Mesmo assim, o resultado foi positivo, diante das grandes dificuldades enfrentadas pelo país no primeiro semestre, com turbulência política, recessão e incertezas, explica João Albino Winkelmann, presidente da Comissão de Private Banking da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) que fez um balanço hoje dos primeiros seis meses do ano. “Não se pode desatrelar o segmento de gestão de fortunas da economia”, diz, lembrando que, neste primeiro semestre, foi muito baixo o volume de fusões e aquisições de empresas e de aberturas de capital (IPO),que geralmente são os eventos que criam recursos para serem depois aplicados nos privates pelos donos das companhias vendidas.

O número de clientes também cresceu pouco, 1%, de 110 mil em dezembro para 111 mil. O total de grupos econômicos caiu ligeiramente, de 52.050 em dezembro para 51.987 em junho deste ano.

Albino diz que ele e seus colegas do setor estão mais otimistas com o segundo semestre, diante dos sinais de maior confiança na economia, definição do cenário político e retomada dos investimentos, inclusive estrangeiros. Os juros negativos no exterior devem atrair investidores para o Brasil e favorecer as vendas de empresas e a bolsa de valores.

O setor espera um crescimento do patrimônio dos private banks de 14% a 16%. “São percentuais factíveis, e podemos ter surpresas na economia que ajudem ainda mais”, diz. Além das compras de empresas brasileiras por estrangeiros, a própria valorização dos ativos, como ações, também aumentará os valores hoje aplicados pelos privates. “Quando os ativos se valorizam, o bolo da economia cresce”, explica.

O primeiro semestre registrou também um volume baixo de recursos enviados ao exterior pelos privates, diz Albino. A forte oscilação do dólar, que passou de mais de R$ 4,00 para R$ 3,15 e a redução das incertezas políticas, com a valorização da bolsa e outros ativos, acabaram ajudando a manter mais recursos aqui. “Usamos o termo otimismo cauteloso para justificar essa confiança maior no país, a economia parou de piorar e alguns setores apresentam sinais de melhora”, diz. Ele explica que mesmo que o dinheiro tenha ficado na mesma instituição no exterior, ele sai da estatística da Anbima, que só contabiliza ativos locais.

Segundo Albino, há também um movimento dos clientes private de sacar recursos particulares para aplicar na empresa, para quitar dívidas, reforçar o caixa ou aproveitar alguma oportunidade de mercado. Ele espera que esse movimento se acelere no segundo semestre, com a estabilidade no cenário político e a melhora da economia. “Também os estrangeiros devem ajudar, pois um terço de toda a renda fixa mundial está sendo remunerada com juros negativos, e esse dinheiro só não vem para o Brasil por causa da incerteza política”, diz. “Po isso estamos otimistas que o setor vai crescer”, afirma.  Um primeiro sinal desse movimento é esse saque da pessoa física para a empresa, apesar do desemprego alto.

Um destaque de crescimento no ano é o segmento de  previdência privada, seja como opção de diversificação, seja como planejamento sucessório e fiscal, apesar de existirem dúvidas sobre a isenção desse tipo de aplicação do ITCMD, o imposto de heranças. Alguns Estados, como o Rio de Janeiro, cobram o ITCMD sobre os resgates de fundos VGBL, por considerarem que são heranças, observa Albino. Ele diz que a fatia de fundos de previdência nos recursos de private banking passou de 2% em 2009 para 8,9% em junho deste ano. “E a tendência é crescer ainda mais, esperamos que a previdência se estabilize em 12% a 14% até 2019, essa seria a fração ideal para as famílias”,diz.

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