De janeiro até a primeira semana de agosto, o setor siderúrgico liderou os avanços do Índice Bovespa, com ganhos de 117,59%, seguido pelo segmento de construção, 60,02%, e óleo e gás, 54,43%, segundo levantamento do Credit Suisse. Na contramão, o único recuo do indicador brasileiro foi puxado pelo setor de papel e celulose, com queda de 43,24%. No período, o Índice Bovespa subiu 33%, um dos melhores desempenhos entre os países da América Latina, perdendo apenas para o IGVBL, da Bolsa do Peru, e bem acima das bolsas americanas.
E o ganho da siderurgia não deve parar por aí. Em relatório, o banco suíço vê a Gerdau (BOV:GGBR4) como a queridinha entre todas as ações da América Latina para os próximos meses. O papel é a principal indicação da carteira regional do CS, que inclui, entre os papéis brasileiros, Cielo, Duratex, Hypermarcas, Lojas Renner, Marfrig, Raia Drogasil e Suzano.
Para os analistas Ivano Westin e Renan Criscio, a destrutiva combinação de queda dos preços internacionais do aço e do declínio da demanda no Brasil passará agora por uma recuperação gradual. A expectativa é de que o volume consolidado de vendas do setor seja normalizado apenas em 2019, o mesmo nível de 2014, e que a empresa mantenha um fluxo de caixa positivo, assim como seu nível de desalavancagem.
O Credit espera ainda que a Gerdau apresente um lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) de R$ 4,3 bilhõe e R$ 4,9 bilhões em 2016 e 2017, respectivamente, após os R$ 4,5 bilhões registrados em 2015.
Para eles, o momento atual figura como entrada atraente para o setor de aço da região, depois de quatro anos de frustração das estimativas de consenso. Nesse sentido, o preço-alvo projetado pela casa para as ações da Gerdau passou de R$ 8,50 para os atuais R$ 12, com avaliação de “neutro” para “compra”. O papel era negociado hoje na BM&FBovespa a R$ 8,39, em alta de 2,94%.
Acompanhe abaixo o desempenho dos principais índices de ações da América Latina e dos EUA até agosto:
Índice | País | Janeiro-Agosto | 12 meses |
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Ibovespa | Brasil | 33% | 18,6% |
Mexbol | México | 10,2% | 17,6% |
IPSA | Chile | 12,5% | 7,2% |
Colcap | Colômbia | 13,9% | 1,8% |
IGBVL | Perú | 56,3% | 32,6% |
Merval | Argentina | 31,7% | 37,7% |
Nasdaq | EUA | 4,10% | 3,40% |
Dow Jones | EUA | 6,30% | 6,7% |
S&P 500 | EUA | 6,70% | 5% |
Fonte: Credit Suisse. Dados até 8 de agosto.