O governo brasileiro participará de eventos em Nova York de segunda a quarta-feira da semana que vem para uma rodada de contatos com o mercado financeiro internacional. O objetivo é mostrar as mudanças ocorridas no Brasil nos últimos meses, afirma o secretário de Programas de Parcerias de Investimentos, Moreira Franco. O presidente Michel Temer estará em Nova York para participar da abertura da 71ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas.

Durante passagem por São Paulo, Moreira Franco disse que o objetivo da viagem é fazer com que os investidores venham analisar melhor o país e “saber que o ambiente no Brasil mudou”. Segundo ele, a credibilidade do país era ruim e a estabilidade das regras era péssima, o que afastava os investidores. “As regras mudavam constantemente, com intervenções do governo como fiar a taxa de retorno dos investimentos ou manter tarifas artificiais, o que afastava os investidores e obrigou o governo a usar o BNDES no limite da responsabilidade para financiar os projetos”, disse.

Segundo ele, a situação mudou e o governo de Michel Temer pretende levar o projeto de parcerias em diversas áreas para atrair estrangeiros. Ele evitou falar em previsões sobre quando os leilões de concessões devem ocorrer, afirmando que o governo atual “não trabalha com hipóteses” pois o país foi vítima de “pirotecnia na questão econômica” nos últimos anos.

Ele dá como exemplo da preocupação em preparar bem os projetos a questão ambiental, que deverá ser resolvida antes dos leilões de concessões para evitar atrasos e aumentos de custos. “Estamos tomando medidas para preparar os estudos e licenciamentos na área ambiental para que eles estejam prontos antes da concessão, para evitar que a obra fique parada depois”, diz. O projeto é oferecer concessões de aeroportos, portos, ferrovia, rodovias, óleo e gás e até loterias para a iniciativa privada.

Moreira Franco evitou, porém, comentar se o apoio do Centrão ao projeto de teto dos gastos, principal proposta de ajuste fiscal do governo Temer, reduziria o receio dos investidores estrangeiros com relação ao investimento no Brasil. “Sou monotemático, quem fala de ajuste fiscal é só o ministro Henrique Meirelles”, afirmou.