Credores da Oi renovam acordo com bilionário egípcio e preparam plano em 30 dias

O grupo de credores privados donos de papéis da Oi, que entrou em recuperação judicial com uma dívida de R$ 65 bilhões, informou que fechou hoje a renovação de um acordo com o bilionário egípcio Naguib Sawiris para buscar um acordo para recuperar a empresa de telefonia. Segundo o Comitê Diretivo do Grupo Ad Hoc de Bondholders da Oi, foi renovado o acordo colaboração mútua com o empresário egípcio de telecomunicações e seu grupo de empresas familiares, o Grupo Sawiris.

O chamado “Segundo Acordo de Colaboração Mútua”, segundo o comunicado dos credores, é o resultado de uma parceria de sucesso no último mês, durante o qual o Grupo Sawiris e o Comitê Diretivo fizeram progressos significativos no desenvolvimento de um plano alternativo de recuperação e um plano operacional pós-recuperação judicial para a Oi e suas subsidiárias.

A prorrogação do acordo permitirá que os grupos “continuem trabalhando em conjunto e ambos esperam que o plano alternativo de recuperação e o plano operacional pós recuperação judicial estejam prontos nos próximos 30 dias”.

O empresário egípcio afirmou que “continuo acreditando nas perspectivas do Brasil, sua economia e seu povo, e otimista sobre a oportunidade diante de nós”. Ele se disse satisfeito com o progresso no último mês e ansioso para continuar o bom trabalho com o Comitê.

Já Otavio Guazzelli, da Moelis & Company, consultor financeiro do Comitê de credores, diz que “a celebração do Segundo Acordo de Colaboração Mútua com o Grupo Sawiris é mais um passo importante, juntamente com nossas contínuas consultas com outras partes relevantes, permitindo a continuidade do desenvolvimento de um plano de recuperação abrangente, que conseguirá o apoio dos credores da Oi.”

O Acordo de Colaboração Mútua entre o Comitê Diretor e o Grupo Sawiris é parte dos esforços contínuos do Comitê Diretivo e seus assessores (Cleary Gottlieb Steen e Hamilton LLP como escritório de advocacia internacional, Moelis & Company como consultor financeiro e Pinheiro Neto Advogados como escritório de advocacia brasileiro) para desenvolver e propor publicamente um plano de recuperação justo e equitativo, que possa obter rapidamente o apoio dos credores da Companhia e colocá-la no caminho correto do crescimento e sucesso.

O Comitê Diretivo reafirmou que não apoia os termos do plano de recuperação apresentado pela Companhia em 5 de setembro de 2016 (o “Plano de 5 de Setembro”) em seu processo de recuperação judicial, “o qual inapropriadamente favorece os atuais acionistas da Companhia em detrimento de seus credores”. O Comitê acredita que a proposta não alcançará o apoio dos diversos credores, colocando em risco a continuidade da empresa.

Segundo o comunicado dos credores, apesar de o Comitê Diretivo continuar disposto a negociar com a Oi os termos do plano de recuperação, a companhia e seus administradores têm se recusado a fazê-lo. A companhia também não prestou, até agora, as informações solicitadas pelos credores há mais de 45 dias.

O grupo de credores conclui o comunicado afirmando que continua seu diálogo com outros credores importantes da companhia a respeito do plano de recuperação alternativo.

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