Dólar lidera altas do mês com 6,21%; Ibovespa perde 4,65%; NTN-B cai 5,85%

O dólar comercial voltou a ser destaque de alta em novembro, com 6,21% de ganho, fechando a R$ 3,387 para venda no mercado comercial. A alta reflete o receio com o que pode ser o governo do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump. A expectativa de que ele vai forçar um crescimento maior dos gastos públicos e estimular a economia trouxe o receio de alta da inflação americana e, com isso, de subida dos juros de forma mais acelerada que o previsto. Assim, o dólar e as bolsas americanas se valorizaram, mas as moedas de países emergentes, que devem perder recursos para a economia americana e terão custo maior para se financiar no exterior, caíram. Apesar da alta em novembro, o dólar ainda acumula queda de 14,25% no ano.

Ibovespa cai 4,65%, ou 3 mil pontos

Já o Índice Bovespa sofreu com a turbulência nos mercados internacionais e com a revisão das expectativas para o crescimento da economia brasileira. A projeção do crescimento para o Brasil está agora abaixo de 1% no ano que vem, e isso terá impacto no lucro das empresas. Com isso, o índice fechou o mês em 61.906 pontos, três mil pontos a menos que no fim de outubro, com uma perda no mês de 4,65%. No ano, porém, o Ibovespa ainda acumula ganho de 42,81%.

O ouro também caiu, 1,93%, apesar da alta do dólar no Brasil, acompanhando a cotação no exterior, que perdeu com a valorização do dólar. No ano, o metal, que fechou a R$ 127 o grama na BM&FBovespa, cai 6,27%.

Na renda fixa, o destaque foram os fundos de menor prazo e indexados ao juro diário Selic. Os fundos Renda Fixa Duração baixa grau de investimento renderam 1,05%, acima do CDI do período, de 1,04%. Já os fundos de longo prazo, ou Duração alta, renderam apenas 0,05% em novembro, já que os papéis indexados à inflação do Tesouro, as NTN-B tiveram queda em novembro depois que os juros subiram.

NTN-B perde 5,85%

Com a alta dos juros, as NTN-B antigas perderam valor. Em novembro, segundo dados do Tesouro Direto, os papéis que pagam juros apenas no final (NTN-B Principal) com vencimento em 2035 perderam 5,85% e os 2024, 1,05%. Já os para 2050 com juros semestrais perderam 4,99%.

Nos papéis prefixados, a alta dos juros também causou perdas. As LTN com vencimento em 2021 caíram 1,21% e as para 2023, 2,96%, impactando os fundos renda fixa com prazo mais longo.

Essas perdas dos papéis públicos, porém, só valem para quem vender agora, pois receberá o valor atual de mercado. Quem ficar com o papel até o vencimento vai receber exatamente os juros combinados na aplicação.

Poupança

A poupança rendeu em novembro 0,65%, elevando o acumulado no ano para 7,57%, superando a inflação do IGP-M, que registrou deflação de 0,03% no mês passado e acumula 6,60% no ano.

Fundos multimercados perdem

A alta inesperada do dólar e dos juros pegou de surpresa os gestores de fundos multimercados, que apresentam perda média no mês de 0,42%. Vários fundos tiveram perdas maiores. A recomendação, porém, não é correr sacar os recursos, pois as apostas na queda dos juros feitas por esses gestores continuam válidas, assim como em bolsa. Os fundos de ações também perdem no mês, segundo dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima). Já os fundos cambiais e os de investimento no exterior tiveram ganhos (ver tabela abaixo).

Abaixo, o desempenho dos principais ativos em novembro:

Fonte: BC, Anbima, FGV, Cetip, Lopes Filho, CMA, BM&FBovespa. O rendimento dos fundos foi projetado pela Anbima, com base em dados até dia 26. Poupança 1 são depósitos feitos a partir de 4 de maio de 2012, seguindo a nova fórmula de remuneração da caderneta. Poupança 2 são depósitos feitos antes de 4 de maio, que seguiram rendendo 0,5% ao mês mais TR. O imposto de renda descontado dos fundos e do CDI equivale a 15%, referente a aplicações com mais de 2 anos de prazo, com exceção dos fundos curto prazo, cujo desconto foi de 20% do rendimento bruto. Dólar, Ibovespa e ouro não sofreram desconto de imposto. O ouro ativo financeiro é isento de IR para pessoas físicas.

Confira também o rendimento dos papéis do Tesouro Direto:

Fonte: Tesouro Direto

Já os fundos de ações, multimercados e renda fixa longa sofreram neste mês:

Fonte: Anbima

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