O come-cotas, como é chamada a cobrança antecipada de imposto de renda sobre os ganhos dos fundos de investimentos, atingiu R$ 6,7 bilhões em novembro. O imposto é cobrado a cada seis meses, em maio e novembro, e é pago na forma de cotas, o que impede que a rentabilidade do fundo seja afetada pela cobrança.
Dessa forma, o investidor só percebe que o valor investido no fundo diminui nos meses de novembro e maio, junto com o total de cotas que possui. O valor descontado é depois abatido do imposto a ser pago no resgate da aplicação. Os gestores de fundos reclamam que são os únicos a pagar o imposto antes do resgate, o que torna aplicações em CDB, LCI e LCA mais vantajosas.
Estão sujeitos ao come-cotas fundos abertos (que permitem resgate a qualquer momento) de renda fixa em geral e multimercados com essa característica. O cálculo do come-cotas segue a menor alíquota a que o fundo está sujeito, 15% para os de longo prazo e 20% os de curto prazo. Fundos de ações não têm come-cotas.
O valor recolhido de imposto vem crescendo ano a ano desde 2008, como mostra estudo feito pela Economatica, e atingiu em novembro o maior nível da história. No semestre encerrado em maio de 2008 o come cotas retirou R$ 2,53 bilhões, já no semestre fechado em novembro de 2016 o volume foi de R$ 6,70 bilhões.
O ItauUnibanco, no semestre fechado em novembro de 2016, recolheu R$ 1,63 bilhões relativos ao come-cotas, equivalente a 26% do total. O Banco do Brasil está na segunda posição com R$ 1,25 bilhões ou 20,01%. A Bradesco Asset Management (Bram) ocupa a terceira posição, com R$ 1,12 bilhões ou 18,02% do total. Os números mostram a forte concentração dos fundos de renda fixa no mercado, com os três bancos respondendo por 64% do total de imposto.
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