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Corte de 0,75 ponto no juro não vem agora, mas de fevereiro não passa, diz Porto Seguro

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O Comitê de Política Monetária (Copom), que termina hoje à tarde sua reunião de dois dias para definir as taxas de juros básicas da economia, deve anunciar um corte de 0,5 ponto percentual na taxa Selic, que deve cair de 13,75% para 13,25%, frustrando parte do mercado que hoje espera um corte mais forte, de 0,75 ponto, avalia José Pena, economista-chefe da Porto Seguro Investimentos.

Mas o comunicado do Copom que acompanhará a decisão de hoje deve sinalizar para uma aceleração dos cortes, já para fevereiro, quando finalmente virá a redução de 0,75 ponto. “Nosso cenário é de um corte de 0,5 ponto agora e 0,75 já na próxima reunião, em fevereiro”, diz o economista.

Cautela garantiu queda nas expectativas

Pena lembra que o Banco Central (BC) começou os cortes de maneira muito cautelosa, com 0,25 ponto nas duas últimas reuniões, o que despertou críticas diante do quadro de fraqueza da economia. “Entendo a crítica, mas questiono se a convergência da inflação para perto da meta de 4,5% nos últimos meses teria sido tão rápida se o BC tivesse dado um corte maior, mais agressivo”, afirma.

Ele admite que a discussão de um corte maior está presente hoje, com o mercado dividido, mas a decisão deverá ser mais conservadora agora, mas com um comunicado já indicando a aceleração das reduções nas próximas reuniões. “Em fevereiro, 0,75 também seria defensável, mas pela postura dessa nova equipe do BC e pelas comunicações feitas ao mercado, eles devem optar pelo conservadorismo agora”, diz Pena.

Impacto maior é dos juros longos

O economista observa ainda que um corte de 0,5 ponto ou 0,75 faz diferença para quem está especulando no mercado de curtíssimo prazo. “O mais relevante para a economia é a taxa de longo prazo, que aponta para uma queda para 10,50% da Selic no fim do ano, e com viés de baixa”, explica. O que poderia levar o juro para menos que isso, segundo Pena, seria uma surpresa positiva na aprovação da reforma da Previdência. “A proposta do Executivo é extremamente ambiciosa, muita coisa vai ser rejeitada, mas se passar o necessário para equilibrar as contas, haverá espaço para cortar mais os juros”, acredita.

PIB cresce 0,5% este ano

Ele trabalha com um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB, soma das riquezas do país) de 0,5% este ano, já considerando os últimos resultados ruins de produção industrial. “Trabalhávamos com 1% de crescimento, mas tivemos de baixar, até pelo efeito estatístico deste ano, que reduzirá o percentual do ano que vem”, diz. Para 2018, ele espera um crescimento de 2,5%. O dólar deve encerrar este ano moderadamente comportado, entre R$ 3,40 e R$ 3,45.

Mercado exagerou no otimismo antes e agora no pessimismo

Pena acha também que o mercado está exagerando no pessimismo para o PIB deste ano, assim como exagerou no otimismo após a posse de Michel Temer na Presidência da República. “Criou-se um otimismo de que a atividade poderia se recuperar imediatamente e, a partir do segundo semestre, já teríamos a reversão da queda da atividade”, lembra. Os principais fatores de otimismo eram a equipe econômica de qualidade, o apoio do Congresso ao novo presidente e a melhora das expectativas de empresários e economistas. “Mas a expectativa de recuperação era exagerada, pois o desemprego ainda está elevado e subindo, as famílias estão muito endividadas e os bancos estão sendo muito seletivos no crédito”, diz. Por isso, Pena afirma que, se estava mais pessimista antes, agora está mais otimista que a média com 2017.

Sinais de recuperação começarão antes

Ele afirma que a recuperação da economia virá antes de 2018, com alguns setores já dando sinais de melhora no meio de 2017 e mais acentuadamente no segundo semestre deste ano. E justifica: a percepção de risco do país mudou, com a aprovação do teto dos gastos e a expectativa positiva com as demais reformas, que já provocaram inclusive uma queda expressiva dos juros longos no mercado. “E é o juro longo que as empresas e as pessoas usam para decidir sobre investimentos e gastos”, afirma.

Taxas longas já caíram de 17% para 11%

Ele lembra que, no início de 2016, o juro futuro para 2021 estava em 17% ao ano. Agora, está em 11% ao ano. “É uma queda relevante, 6 pontos percentuais, mais de um terço da taxa”, diz, reforça, porém, que a queda dos juros não tem impacto imediato na economia, leva algum tempo. “Mas com certeza uma queda dessas vai provocar uma melhora na vontade de investir consumir”, diz.

A queda nas taxas de juros de curto prazo também é importante para funcionamento da economia, explica Pena, ao reduzir o custo dos empréstimos para as empresas e que usam em sua maioria a taxa do CDI, associada à Selic. Empréstimos de capital de giro ou conta garantida seguem essas taxas e uma redução traz alívio para o endividamento das empresas e para o crescimento econômico.

Bancos devem querer voltar a emprestar em breve

Já o crédito, que secou nos bancos privados nos últimos anos, deve ser retomado à medida que os juros caiam. A expectativa de Pena é que, com o ganho nos empréstimos caindo com os juros mais baixos, os bancos busquem compensar a perda aumentando o volume. É possível até que o crescimento da oferta dos bancos ocorra antes de as empresas e pessoas aumentarem seu apetite, diz.

E crescimento no mundo tem dado sinais de melhora e isso ajuda o Brasil, diz o economista, apesar das incertezas e riscos.

Inflação vai subir, mas sob controle

Para a inflação, Pena espera que a melhora continue, como mostrou o IPCA de dezembro divulgado hoje. Isso não significa que os índices não vão subir, ao contrário, sazonalmente a inflação é maior no começo do ano e os números devem mostrar isso. “Mas será sazonalidade, não mudança de tendência”, alerta. Mesmo com a alta, o IPCA deve fechar o primeiro trimestre deste ano com uma alta de 1,50%, ante 2,60% em 2016. “Nestes primeiros três meses, a inflação vai ser metade do ano passado.” E perspectiva, inflação se mantenha sob controle e feche ano a 4,80%, próximo ao centro da meta.

Riscos para queda maior dos juros

Mas Pena admite que há ameaças a esse cenário positivo. O primeiro, doméstico, é uma crise política, que ameace a permanência de Temer no governo, desencadeada pela Operação Lava Jato ou pela decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sobre caixa dois e propina par a campanha da chapa Dilma Rousseff/Temer. Há os riscos da sucessão na Câmara e no Senado, mas são menores, avalia o economista.

Trump nos EUA e eleições na Europa

Já o risco externo é a posse de Donald Trump na Presidência dos Estados Unidos, pelo alto grau de imprevisibilidade de suas ações. A expectativa é que o Federal Reserve (Fed, banco central americano) mantenha sua política de alta gradual dos juros, mas se houver uma surpresa negativa, o Fed pode ter de acelerar a alta dos juros, para conter a inflação por excesso de demanda ou de gastos do governo.

O terceiro risco vem da Europa, onde eleições podem levar ao poder partidos populistas contrários à União Europeia. Há eleições na França no primeiro semestre e na Alemanha, no segundo.

A China também aparece como um risco, especialmente se Trump cumprir as ameaças e colocar barreiras para produtos produzidos por empresas americanas em território chinês. Uma guerra comercial teria impactos no mundo inteiro, especialmente nos países emergentes.

“Portanto, os fatores de risco externos são relevantes e devem garantir uma volatilidade forte dos mercados aqui e lá fora”, diz. Já o cenário local parece ter uma visão mais benigna.

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