Focus: mercado reduz projeção para Selic para 9,5% e IPCA para 4,71%
O mercado financeiro projeta que a inflação oficial, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), terminará 2017 em 4,71%. Para a Selic, taxa básica de juros da economia, a previsão caiu de 9,75% para 9,5% ao ano. As estimativas foram divulgadas hoje (23) no boletim Focus, pesquisa semanal do Banco Central (BC) com instituições financeiras. A projeção para a inflação aproxima-se do centro da meta fixada pelo Conselho Monetário Nacional, que é 4,5% com margem de dois pontos percentuais para cima ou para baixo. No caso da Selic, o mercado continua confiante de que a taxa básica de juros cairá para um dígito ainda este ano. No início do mês, as instituições financeiras previam Selic de 10,25% ao ano ao fim de 2017. Os bancos passaram a demonstrar mais otimismo após a primeira reunião do ano do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC. Em lugar da queda de 0,5 ponto percentual projetada pelo mercado, o Copom reduziu a Selic em 0,75 ponto percentual, para 13% ao ano. Durante o Fórum Econômico Mundial, em Davos, Suíça, na semana passada, o presidente do BC, Ilan Goldfajn, disse que esse seria o “novo ritmo” da taxa de juros. Ele ressalvou, no entanto, que as decisões do Copom dependeriam da inflação e crescimento. A projeção das instituições financeiras para o crescimento da economia (Produto Interno Bruto – PIB – a soma de todas as riquezas produzidas pelo país) este ano permanece em 0,50%.
IPC Semanal da FGV sobe 0,63% na terceira quadrissemana de janeiro
A inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) relativa à terceira quadrissemana de janeiro ficou praticamente estável ao subir apenas 0,01 ponto percentual em relação à semana imediatamente anterior. O índice ficou em 0,63%. Segundo dados divulgados pela Fundação Getulio Vargas (FGV), na terceira quadrissemana deste mês, três das oito classes de despesa componentes do índice apresentaram acréscimo em suas taxas de variação. A maior contribuição partiu do grupo habitação, cujos índices passaram de 0,01% para 0,18%, alta de 0,17 ponto percentual – impulsionada pelo item relativo à tarifa de eletricidade residencial, que passou de -2,55% para -1,32%. Também registraram acréscimo em suas taxas de variação os grupos: Educação, Leitura e Recreação (1,95% para 2,53%) e Comunicação (0,36% para 0,40%). Nestas classes de despesa, vale destacar o comportamento dos itens: cursos formais (3,75% para 5,78%) e tarifa de telefone móvel (0,54% para 0,86%), respectivamente. Em contrapartida, entre as cinco classes de despesas que contribuíram para a estabilização dos preços destaca-se o grupo dos alimentos, que registrou queda de 0,13 ponto percentual entre uma semana e outra: de 0,77% para 0,64%. Os índices também recuaram nos grupos transportes (1,06% para 0,88%), saúde e cuidados pessoais (0,56% para 0,46%), vestuário (-0,41% para -0,49%) e despesas diversas (0,92% para 0,66%).
EzTec fecha 2016 com três lançamentos
A construtora Eztec fechou 2016 com três lançamentos apenas. A companhia divulgou sua prévia operacional do quarto trimestre com números ainda tímidos, mas já mostrando alguma melhora, como a volta às vendas líquidas positivas, após os distratos serem maiores que as vendas no terceiro trimestre. Ainda assim, os distratos foram um fator muito negativo no decorrer do ano que machucou sobremaneira os resultados da Eztec. “A companhia entregou R$ 2,17 bi em empreendimentos em 2016, logo, se calcularmos um índice de distratos versus entregas, chegamos a quase 30% de imóveis devolvidos”, diz a corretora Coinvalores. A incorporadora lançou apenas três empreendimentos no decorrer do ano passado, totalizando R$ 205 milhões, além de comprar participação de terceiros de alguns projetos no valor de R$ 26 milhões. Segundo a Coinvalores, o mercado já esperava números pressionados da Eztec no trimestre, com a melhora nas vendas líquidas podendo trazer algum impacto marginalmente positivo nos papéis da companhia.
Crise faz setor de aço adiar investimentos de US$ 3,2 bi
Os impactos da crise econômica que o país atravessa levaram a indústria do aço a adiar, entre janeiro de 2014 e junho de 2016, investimentos da ordem de US$ 3,2 bilhões, período em que foram paralisadas ou desativadas 83 unidades produtivas e mais de 40 mil postos de trabalho foram fechados. As informações são do Instituto Aço Brasil, que enfrentou em 2016 a pior crise de sua história, com queda de 9,2% na produção de aço bruto e de 7,7% na de laminados. Dados divulgados esta semana revelaram que a produção acumulada de aço bruto no país em 2016 totalizou 30,2 milhões de toneladas, uma queda de 9,2% em comparação a 2015; enquanto a produção de laminados totalizou 20,9 milhões de toneladas no ano passado, que representa queda em ralação a 2015 de 7,7%. Em entrevista à Agência Brasil, o presidente-executivo do instituto, Marco Polo de Mello, disse que em 2016 a crise atingiu a economia como um todo, mas em especial o setor de produção de aço em razão da sobre-oferta do produto no mercado mundial. Hoje, a produção mundial de aço totaliza cerca de 780 milhões de toneladas, das quais mais de 400 milhões na China. Na avaliação do executivo do Instituto Aço Brasil, o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do país começou a piorar já em 2014, apresentando que expressiva tanto em 2015 quanto em 2016.
Em meio à crise, Maduro substitui presidente do BC da Venezuela
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou nesse domingo (22) a substituição do presidente do Banco Central (BCV), figura criticada por sua falta de autonomia e que rege a política econômica de um país petroleiro mergulhado em uma das piores crises da história. A informação é da Agência France Presse (AFP). “Diante da renúncia do companheiro Nelson Merentes, que entregou sua carta de demissão da presidência do Banco Central da Venezuela, decidi indicar” Ricardo Sanguino, anunciou Maduro em seu programa de domingo na TV estatal. Merentes, um matemático de 62 anos, estava à frente do BCV desde 2009, exceto por um período de oito meses em 2013, quando foi ministro das Finanças do governo Maduro. Em janeiro de 2014, voltou a comandar o Banco Central. “Quero agradecer por todo o esforço que Nelson Merentes sempre fez em distintas frentes de batalha, mas quero que iniciemos uma nova etapa do desenvolvimento do Banco Central da Venezuela”, acrescentou Maduro. Sanguino, 73 anos, deputado, foi por muitos anos presidente da Comissão de Finanças e de Orçamento da Assembleia Nacional, controlada há um ano pela oposição. “Eu o conheço muito bem. É um dos homens mais estudiosos e conhecedores da vida financeira, econômica e monetária do país”, garantiu Maduro sobre o novo presidente do BCV. Para o deputado opositor José Guerra, ex-diretor do Banco Central, a missão do novo presidente do banco será “reduzir a inflação, divulgar cifras e organizar a instituição”. Segundo a imprensa, foi Maduro que pediu a demissão de Merentes.
Corpo de Teori Zavascki é enterrado em Porto Alegre
O corpo do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki foi enterrado sábado no cemitério Jardim da Paz, após missa celebrada pelo arcebispo metropolitano de Porto Alegre, dom Jaime Spengler. A cerimônia foi acompanhada apenas por parentes e amigos íntimos do ministro e sem a presença de populares ou da imprensa. O velório de Teori Zavascki ocorreu ao longo de todo o dia no plenário do Tribunal Regional Federal da 4ª Região. A presidente do STF, ministra Cármen Lúcia, foi uma das primeiras a chegar, mas saiu sem falar com a imprensa. Outros ministros da Corte, entre eles Edson Fachin, Dias Toffoli e Ricardo Lewandowski, também compareceram ao velório para prestar homenagens ao jurista. Ao longo do dia passaram por lá as maiores autoridades do país em todas as esferas de poder, como o presidente da República, Michel Temer, e os ministros de Relações Exteriores, José Serra, o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, e o da Justiça, Alexandre de Moraes. O juiz que comandas as investigações da Operação Lava Jato na Justiça Federal, Sergio Moro, também compareceu ao velório, assim como o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Claúdio Lamachia, entre outros.
Temer diz que vai aguardar relator para indicar nome para Supremo
O presidente da República, Michel Temer, disse que vai aguardar que o Supremo Tribunal Federal (STF) indique um novo relator para os processos da Operação Lava Jato para só então escolher um nome para substituir Teori Zavascki na Corte. “Só depois que houver a indicação do relator”, disse Temer ao ser questionado por jornalistas sobre a nomeação do novo ministro. Teori morreu na última quinta-feira (19) em um acidente aéreo em Paraty (RJ) O regimento do Supremo prevê que a ministra Cármen Lúcia, presidente da Corte, pode decidir se os processos da Operação Lava Jato – que eram relatados por Teori – serão distribuídos para outro integrantes do STF ou se serão herdados pelo novo ministro, que deverá ser nomeado pelo presidente Michel Temer. Para chegar à Corte, o substituto deverá passar por sabatina na Comissão de Constituição de Justiça (CCJ) do Senado e ter o nome aprovado pelo plenário da Casa.
Trump começa mandato com protestos e chama jornalistas de desonestos
Em seu primeiro dia de trabalho como mandatário dos Estados Unidos, o presidente Donald Trump foi vítima de protestos de milhares de mulheres em Washington e em diversas cidades dos EUA e do mundo e atacou a imprensa. O presidente visitou a sede da CIA (Agência Central de Inteligência), no estado da Virgínia, onde fez um discurso criticando a cobertura da imprensa durante sua posse. Segundo Trump, os jornalistas estão “entre os seres humanos mais desonestos na terra”. No discurso sábado, Trump criticou o trabalho da imprensa em duas ocasiões. Primeiramente, ao acusar os jornalistas de terem criado um mal estar entre ele e os órgãos de inteligência dos Estados Unidos. Em seguida, disse que os jornalistas subestimaram deliberadamente o número de pessoas que compareceu à sua posse. Em referência às notícias de que a multidão era inferior ao número de pessoas que esteve presente à posse de Barack Obama, há oito anos, o presidente disse que pelo menos 1,5 milhão de pessoas compareceram à festa que marcou o início de seu governo. Os jornais dos Estados Unidos, porém, desmentiram essa afirmação com fotos tiradas de avião que mostram claramente que, na posse de Obama, o número de pessoas presentes era bem superior ao de Trump. Mais tarde, na Casa Branca, Trump pediu que seu secretário de imprensa, Sean Spicer, reiterasse suas declarações. Em um briefing aos jornalistas, Spicer demonstrou irritação com a cobertura dos jornalistas e repetiu as afirmações de que os jornalistas erraram a contagem sobre a multidão presente na posse de Trump. Ele acrescentou que a imprensa deliberadamente computou um número menor. Já sobre as manifestações, que tomaram as ruas de Washington, Trump perguntou no Twitter se aquelas pessoas “não tinham votado”.
As informações são da Agência Brasil, agências internacionais e corretoras.
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