O Ministério Público da Coreia do Sul pediu nesta segunda-feira a prisão do vice-presidente e herdeiro da Samsung, Lee Jae-Yong, por seu envolvimento no escândalo de corrupção do país que já afastou a presidente sul-coreana Park Geun-hye do seu cargo. As informações são da Agência ANSA. Outros três altos executivos da empresa também estão sendo processados, incluindo o vice-presidente de estratégia corporativa da Samsung Group, Choi Gee-sung, o presidente Chang Choong-ki e o presidente da Samsung Eletronics, Park Sang-jin.
Lee, que é vice-presidente do grupo e da Eletronics, foi interrogado por 22 horas seguidas na semana passada, acusado de perjúrio, fraude e suborno, por ter pago cerca de US$ 36 milhões para organizações ligadas a Choi Soon-sil, amiga da presidente Park, que é o centro do escândalo no país.
O empresário teria dado ainda um cavalo de raça de presente para a filha da confidente da presidente e pago milhões de dólares por lições de equitação para a moça.
Aponta-se que o suborno feito por Lee – que atualmente comanda a companhia sul-coreana, após seu pai, Lee Kun-hee, presidente da empresa, ter sofrido um ataque cardíaco em 2014 – visava garantir a sua liderança na Samsung e a controversa fusão de US$ 8 milhões entre a empresa e a Cheil Industries Inc, em 2015.
A fusão foi apoiada pelo National Pension Service (NPS), terceiro maior fundo de pensão do mundo. Na época, o NPS era comandado por Moon Hyung-pyo, ministro da Saúde, que foi acusado no mês passado de falso testemunho e de abuso de poder, por ter dado o aval ao fundo de pensão apoiando a fusão.
Trata-se de mais um revés para a fabricante sul-coreana de equipamentos eletrônicos. No fim do ano passado, a empresa teve de recolher seu novo modelo Note 7, depois de várias explosões de baterias colocarem em risco os usuários.
Mandato de prisão
De acordo com o porta-voz do Ministério Público coreano, Lee Kyu-chul, durante uma coletiva de imprensa, a decisão de pedir a prisão contra o herdeiro da Samsung foi determinado por que as “condições econômicas do país são importantes e defender a Justiça é prioridade”. O pedido, porém, terá de ser apreciado e aprovado pela Justiça.
Lee deverá comparecer na próxima quarta-feira, dia 18, ao Tribunal Central do Distrito de Seul, que decidirá se o pedido de prisão será ou não concedido. Sobre o assunto, em um email, a Samsung rejeitou todas as acusações e disse que “é difícil entender a decisão dos procuradores”.
Histórico
O escândalo de corrupção na Coreia do Sul concentra-se em Choi Soon-sil, que é acusada de ter interferido em assuntos oficiais sem possuir cargo no governo e de ter aproveitado dessa influência e da sua amizade com a presidente Park Geun-hye para embolsar grandes quantias de dinheiro de companhias e conglomerados da Coreia do Sul, como Samsung, Hyundai e LG, que pagaram milhões de dólares de suborno Choi através de fundações privadas criadas por ela.
Segundo as investigações, Choi e Park teriam dividido entre si os lucros dos subornos conseguidos. O caso explodiu no país asiático de tal maneira que, em dezembro do ano passado, o Parlamento decidiu aprovar o impeachment da presidente, que atualmente está afastada.
Com informações da Agência Brasil.
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