O Ibovespa, principal índice da Bovespa, fechou praticamente estável nesta quinta-feira, após trocar de sinal algumas vezes ao longo do dia, com investidores cautelosos diante das incertezas desde as denúncias contra o presidente Michel Temer e após violentos confrontos na véspera em Brasília.
Ibovespa Hoje
Ibovespa fechou em queda de 0,05% nesta quinta-feira, 25 de maio de 2017, cotado em 63.226,76. Na véspera, a Bolsa havia subido 0,95%.
As ações da JBS disparam 22,54%, a R$ 8,21, e tiveram a maior alta do Ibovespa no dia. Investidores aproveitaram para comprar os papéis que, no início da sessão, acumulavam desvalorização de quase 30% desde a última quarta-feira, quando foi divulgado que Joesley Batista, um dos donos da empresa, gravou conversa com o presidente Michel Temer.
Após o fechamento de hoje, as ações da JBS acumulam desvalorização de 13,58% em relação à última quarta-feira. As ações da Petrobras, do Itaú Unibanco e do Bradesco fecharam em queda, enquanto os papéis da mineradora Vale e do Banco do Brasil tiveram alta. Essas empresas têm grande peso sobre o índice.
Em maio, após dezoito pregões, o principal índice de ações brasileiro acumula uma desvalorização de 3,33%. Ao longo do mês, foram realizados onze pregões de alta contra sete de baixa. No pregão do dia 28 de abril, o indicador encerrou cotado em 65.403,25 pontos.
Ibovespa em 2017
Em 2017, após noventa e oito pregões, o Ibovespa acumula uma valorização de 4,98%. No último pregão de 2016, o principal índice acionário do país fechou cotado em 60.227,29 pontos. Ao longo do ano, foram registrados quarenta e quatro pregões de baixa contra cinquenta e quatro de alta.
Cenário Interno
O governo de Michel Temer enfrenta uma forte crise política desde que o presidente virou alvo de inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) por corrupção passiva, organização criminosa e obstrução da Justiça, investigação aberta com base em acordo de delação fechado por Joesley Batista, do grupo JBS.
O presidente negou que vá renunciar e o mercado acredita que uma saída para estancar a crise política se dará justamente com a cassação da chapa, com a substituição de Michel Temer por um nome de consenso, que conseguirá dar andamento às votações das reformas estruturais, sobretudo a da Previdência, considerada fundamental para a continuidade do ajuste fiscal.
Na quarta-feira, em mais uma tentativa de tentar mostrar força, o governo conseguiu aprovar medidas provisórias na Câmara, depois que partidos de oposição abandonaram o plenário em protesto contra a decisão de Michel Temer de autorizar a presença de militares para garantir a ordem em Brasília em meio aos protestos violentos.