O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), prévia do Produto Interno Bruto (PIB) oficial calculado pelo IBGE, registrou queda de 0,44% na passagem de fevereiro para março, descontados os efeitos sazonais, conforme divulgado há pouco pelo Banco Central. O resultado surpreendeu positivamente os analistas de mercado, que previam recuo de 0,90%, segundo o Bradesco. Na comparação com o mesmo período do ano passado, houve alta de 1,0%, acumulando queda de 2,6% nos últimos 12 meses.
Com esse resultado, a atividade econômica cresceu 1,12% no primeiro trimestre deste ano, na comparação com o último trimestre de 2016, já sem efeitos sazonais. O indicador mostra que o país saiu da sua maior recessão econômica, de retração nos dois últimos anos. Em 2015, o Produto Interno Bruto do IBGE teve queda de 3,8%. No ano passado, o PIB encolheu 3,6%.
Em relação ao primeiro trimestre de 2016, houve crescimento do IBC-Br de 0,29%.
Queda seguida de crescimento
A queda do IBC-Br em março em relação a fevereiro foi a primeira deste ano. Em fevereiro, houve crescimento de 1,37% e em janeiro, expansão de 0,37%, em relação aos meses anteriores.
O IBC-Br é um mecanismo que avalia a evolução da atividade econômica brasileira e ajuda o BC a tomar suas decisões sobre a taxa básica de juros, a Selic.
O índice incorpora informações sobre o nível de atividade dos três setores da economia: indústria, comércio e serviços e agropecuária, além do volume de impostos. O indicador foi criado pelo BC para tentar antecipar, por aproximação, a evolução da atividade econômica. Mas o indicador oficial é o PIB.
Segundo trimestre pode ser negativo
Apesar da alta no primeiro trimestre, a queda nas vendas reais do comércio em março podem levar a economia a recuar no segundo trimestre. Segundo o departamento econômico do Bradesco, a queda de 1,9% das vendas foi maior que a esperada pelo banco, de 0,7%, e pelo mercado, de 0,7%. Segundo o banco, as últimas divulgações de indicadores de atividade econômica têm frustrado as expectativas dos analistas de mercado, reforçando o cenário de recuperação bastante gradual da economia. “Com a surpresa negativa verificada nos dados das vendas do varejo, reduzimos nossa projeção para o PIB do segundo trimestre, para uma contração de 0,2%”, diz o banco em relatório. Para o primeiro trimestre, no entanto, seguimos esperando crescimento de 0,7%, diante da expansão da atividade agrícola no período.
Com informações da Agência Brasil.