Com o julgamento da fusão pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) marcado para quarta-feira, as ações da Kroton são destaque hoje na B3, registrando o terceiro maior volume negociado no dia, atrás apenas de Vale e Petrobras. Os papéis ordinários (ON, com voto) da Kroton sobem 1,32%, enquanto os da Estácio oscilam entre perda de mais de 1% e alta de 0,3%. Ser Educacional, outra empresa do setor, que participa do julgamento como parte interessada, sobe 0,75%.
Representantes das empresas se reuniram hoje com o presidente do Cade, Alexandre Barreto de Souza, para discutir os preparativos do julgamento. Não há ainda consenso entre os conselheiros do Cade quanto à aceitação ou não dos remédios propostos pela Kroton, o que tem provocado movimentos especulativos em bolsa, lembra a corretora XP Investimentos. A possibilidade de veto da fusão entre Kroton e Estácio é real e discutida internamente no Cade, conforme o Valor Pro, que diz que apenas a relatora do caso, Cristiane Alkmin, seria a favor da operação, mas com restrições. A principal exigência seria a venda da Anhanguera, adquirida pela Kroton(BOV:KROT3) em 2014. Assim, quatro dos cinco votos do Conselho seriam contra a fusão.
A aposta da Kroton era que os dois novos nomeados para o Cade fossem empossados a tempo de votar a favor da fusão. Porém, com a viagem do presidente Michel Temer ao exterior, não haverá tempo para que eles votem na sessão marcada para 28 de junho.
Ontem, o banco J.P. Morgan divulgou relatório recomendando compra das ações da Kroton caso o negócio seja vetado pelo Cade. A empresa valeria R$ 16,80, ante R$ 13,83 hoje na B3, e a Estácio(BOV:ESTC3), R$ 15,20, praticamente o mesmo preço do papel hoje no mercado, de R$ 15,24.
As empresas se beneficiaram também da autorização do Ministério da Educação (MEC) para a ampliação dos cursos a distância (EaD) e das mudanças na regulação desse atividade.