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Pesquisa Focus: PIB, Inflação, Dólar, Selic, Dívida Pública

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PIB -A última edição da pesquisa Focus, divulgada segunda-feira (12), alterou a previsão de crescimento do PIB de 2017 de 0,50% para 0,41% e reduziu a de 2018, de 2,48% para 2,40%.

O país está saindo da recessão ou a crise política interrompeu essa caminhada? A resposta a essa pergunta é o que mais se discute na área econômica. O crescimento de 1% no PIB do primeiro trimestre em relação ao último de 2016, depois de oito quedas trimestrais sucessivas, enseja a dúvida se estamos mesmo saindo do fundo do poço. Os indicadores econômicos ainda são insuficientes para concluir que a recessão findou conforme alguns economistas do Comitê de Datação de Ciclos Econômicos. Afonso Celso Pastore diz que: “Não temos muito que comemorar. A economia não está mais afundando na velocidade e na intensidade de 2015 e 2016, mas ainda não está em recuperação”. Edmar Bacha, um dos formuladores do Plano Real, afirmou que “todos os brasileiros devem comemorar” o resultado positivo depois de oito trimestres consecutivos de queda. Para a economista Marcelle Chauvet, existem “sinais de que vários setores estão se recuperando”. Paulo Picchetti ainda vê a recuperação “muito focada no agronegócio”. Enfim, diante de tais argumentos, podemos interpretar que paramos de cair e que vamos demorar a sair do poço. O setor econômico do governo tem trabalhado com competência enquanto o setor político só cria problemas, retardando o inicio da recuperação econômica. O Banco Central informou sexta-feira (16), que o IBC-Br (índice considerado uma prévia do PIB) de abril de 0,28%, indica evolução positiva da economia no segundo trimestre.

Inflação – A pesquisa Focus alterou a expectativa de inflação de 2017 que passou de 3,90% para 3,71%. A projeção para 2018 foi reduzida de 4,40% para 4,37%.

A projeção da Focus, mantida as condições atuais, de um IPCA de 3,71% em dezembro próximo, é plenamente viável. A inflação média do período JAN/MAI é de 0,28% e a acumulada no período, de 1,42%. Para atingir 3,71% em dezembro a inflação média mensal do período JUN/DEZ deve ser inferior a 0,32%. Declaração do presidente do Banco Central afirma que conduz o seu trabalho de forma técnica e apartidária, independentemente da atual crise política enfrentada pelo Brasil, e que o país não teve “oportunidade e ousadia” para reduzir a meta de inflação. As reformas em discussão no Congresso são indispensáveis para evitar o agravamento do quadro fiscal. O Banco Central pode rever a política monetária invertendo a inflexão da curva de juros que mantem a taxa Selic em 10,25%. Disse o presidente Ilan em evento realizado em São Paulo: “Continuo trabalhando da forma como comecei. Procuro ser o mais técnico possível. Não vou questionar se o cenário é melhor ou pior politicamente”. O Conselho Monetário Nacional definirá neste mês a meta de inflação de 2018, que alguns economistas participantes da equipe econômica entendem que deva ser inferior à meta atual de 4,5%.

  Dólar – O dólar à vista variou esta semana dos R$ 3,311 de segunda-feira (12) aos R$ 3,287 nesta sexta-feira (16). A pesquisa Focus desta semana manteve inalterada a previsão da taxa do dólar de 2017 em R$ 3,30 e a de 2018 em R$ 3,40.

A taxa de câmbio acumula queda de 0,72% na semana, alta de 1,58% no mês e de 1,14% no ano. Nos últimos doze meses apresenta queda de 9%.

 323Juros – A Focus repete esta semana a estimativa da taxa Selic deste ano e a de 2018 de 8,50%.

A crise política que ameaça os alicerces do governo pode agravar a recessiva economia brasileira, ameaçar a consolidação do ritmo da inflação e alterar a política de juros do Banco Central. As previsões da pesquisa Focus sobre a taxa Selic de 8,5% em dezembro deste ano hoje depende da evolução da crise política. A solução é uma incógnita e a taxa de juros uma dúvida. A aprovação das reformas trabalhistas e previdenciária em discussão no Congresso se torna cada vez mais importante para destravar a economia.

 Dívida Pública – A pesquisa manteve esta semana a previsão da dívida líquida do setor público de 2017 em 51,50% e a de 2018 em 55,20% do PIB. A dívida líquida do setor público corresponde ao saldo líquido do endividamento do setor público não financeiro e do Banco Central com o sistema financeiro (público e privado), o setor privado não financeiro e o resto do mundo. O saldo líquido é o balanceamento entre as dívidas e os créditos do setor público não financeiro e do Banco Central.

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