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Trump carimba shooting star em Wall Street

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Um relevante sinal técnico de alerta às posições compradas de curto prazo em Wall Street foi emitido na tarde desta terça-feira, com grande ajuda do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

Mantendo o ritmo da forte perna de alta de curto prazo, os índices de ações iniciaram o dia renovando mais uma vez novas máximas históricas, quase que desafiando a “lei da gravidade” no mercado de capitais.

Tudo parecia indicar para mais um dia de festa aos touros de Wall Street até aparecer Donald Trump com mais um de seus discursos polêmicos. O presidente dos Estados Unidos disse na tarde desta terça-feira que é melhor a Coreia do Norte não fazer mais ameaças ao seu país, caso contrário será atingida por fogo e fúria como nunca viu.

A declaração de Trump surgiu pouco depois de o Ministério da Defesa do Japão ter emitido alerta de avanço considerável no programa de armas nucleares norte-coreano, já alcançando possivelmente ogivas nucleares.

O Conselho de Segurança da ONU impôs novas sanções à Coreia do Norte neste último sábado devido aos contínuos testes de mísseis. O presidente norte-coreano, Kim Jong-un, disse que as sanções infringem a soberania de seu país e que está pronto para dar aos Estados Unidos uma severa lição com sua força nuclear em resposta a qualquer ação militar/hostil norte-americana.

Na semana passada Trump havia advertido que estava preparado para usar força caso seja necessário para impedir os avanços dos programas de mísseis da Coreia do Norte, mas que preferia uma ação mais diplomática, com as sanções.

O discurso desta terça-feira é uma provocação em tom mais forte por parte de Donald Trump, o que abre espaço para retaliação de Kim Jong-un também em tom mais alto, como já ocorreu em outras ocasiões.

Apesar de ser inviável uma guerra entre os dois países, o mercado não tem demonstrado devida preocupação frente ao perigoso jogo de poker entre os dois líderes. Além do mais, existe um temor de que a estratégia de Trump com a Coreia do Norte possa acirrar ainda mais os nítidos atritos criados com China e Rússia recentemente, afetando as relações comerciais entre as principais economias do planeta.

Sob esse receio, Wall Street virou a mão muito rapidamente na tarde desta terça-feira, devolvendo os ganhos relevantes acumulados durante o pregão. Por conta desse movimento, os principais índices de ações norte-americanos emitiram candle do tipo shooting star (ou estrela cadente), em zona de sobrecompra e tendências maturadas, o que reforça uma sinalização de reversão à vista.

O S&P500 está com suas bandas de bollinger fechadas, num possível prenúncio de nascimento de uma perna de baixa. A principal reta de suporte está localizada na faixa dos 2,400 pontos, relativamente distante dos preços atuais.

A situação do Dow Jones chega a ser mais dramática. Shooting star colada na bollinger superior, em nível de sobrecompra atipicamente elevado, surgindo após uma também atípica sequência de 10 pregões consecutivos de alta, em todos eles renovando máxima histórica. A principal reta de suporte de curto prazo também está relativamente distante, localizada na região dos 21.200 pontos.

DJI

As condições técnicas para os preços iniciarem trajetória de correção em Wall Street são consideradas fortes. Ainda assim, um hipotético mercado vendedor nas próximas semanas está longe de causar ameaça à tendência principal de alta, em função da grande gordura apresentada pelos índices acionários para correção saudável.

No Brasil, o Ibovespa (BOV:IBOV) replicou a shooting star de Wall Street. Candle de pavio longo relevante, em perna de alta relativamente maturada, fora da bollinger superior, em zona de sobrecompra elevada, bem abaixo do principal ponto de resistência de curto prazo localizado aos 69k. Mercado tende a ficar pesado para venda no curto prazo, mas ainda sem apresentar sinal de ameaça à tendência principal de alta.

BVSP

Na agenda local, destaque para o fortalecimento da possibilidade de mais uma mudança na meta fiscal (sendo que o atual déficit de 139 bilhões de reais para 2017 já é considerado absurdamente elevado), além da proposta em estudo para criação de uma alíquota de 30% ou 35% de Imposto de Renda para quem ganha mais de 20 mil reais por mês e da tributação de lucros e dividendos.

Porém, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, foi enfaticamente contra a proposta em estudo do governo, indo contra a sinalização emitida mais cedo por Michel Temer e integrantes da equipe econômica. No início da noite, Michel Temer retrocedeu na criação do imposto. Rodrigo Maia falou mais alto e tem conquistado cada vez mais a simpatia do mercado.

De uma forma ou de outra (direta ou indiretamente) está claro que existe mais um novo buraco a ser tapado dentro da cratera fiscal. Não somente na meta de 2017, mas também na de 2018. Como o governo se recusa cortar certos privilégios, nós vamos pagar mais essa conta, como de costume.

A justificava a ser apresentada, também como de costume, para possível revisão de um rombo maior no quadro fiscal é a famosa frustração de receita. Na visão do governo, a culpa não é da gastança, mas sim de receitas que deveriam entrar no caixa, mas que por algum motivo não estão entrando.

A não ser que ocorra um milagre de o Brasil voltar a crescer em ritmo de economia emergente (ou seja, ao menos 4% ao ano) a curto/médio prazo, o próximo presidente terá de administrar uma bomba fiscal.

Para complicar, conforme estudo do FMI (Fundo Monetário Internacional), o crescimento per capita da América Latina será de apenas 1,6% no médio prazo, empurrada pela âncora brasileira. Para feito de comparação, essa é a mesma taxa registrada nos últimos 25 anos para a região e, ainda, bem inferior ao crescimento de 2,6% per capita estimado para os países em desenvolvimento de forma geral.

Como bem disse recentemente Alberto Ramos, economista-chefe do Goldman Sachs para a América Latina. “Nós não investimos o suficiente, não poupamos o suficiente, não comercializamos o suficiente, não educamos o suficiente. O que você esperava? Não vamos crescer o suficiente.”

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