Ibovespa sobe 4,88% em setembro e 23,55% no ano; dólar ganha 0,63%, mas cai 2,52% em 2017

As ações lideraram os investimentos em setembro pelo segundo mês consecutivo, acompanhando o mercado internacional mais favorável e de grande liquidez e o cenário interno mais positivo em termos de crescimento econômico e estabilidade política. Apesar do processo contra o presidente Michel Temer, que deve ser analisado na Câmara, analistas esperam que o governo continue e mantenha as condições de crescimento da economia, que dá cada vez mais sinais de recuperação, seja em atividade, seja em emprego e em arrecadação.

“O consumo deverá puxar o crescimento neste ano e no próximo, já que a renda apresenta recuperação pela queda da inflação e dos juros, que reduz o endividamento das famílias e também ajuda as empresas”, diz o economista de uma gestora de recursos que pediu para não ser citado. Ele já trabalha com um crescimento acima de 3% para o ano que vem. “O investimento ainda vai demorar um pouco para puxar o crescimento pois ainda há muita capacidade ociosa para ser recuperada antes de ser necessário ampliar os investimentos”, lembra.

Nesse ambiente, o Índice Bovespa segue perto dos níveis nominais recordes, em 74.293 pontos, superando os níveis de maio de 2008, mas longe do que seria o recorde em termos reais. Se fosse corrigido pelo IPCA, o Ibovespa deveria estar em 127 mil pontos, calcula a Economática. No ano, o índice já acumula 23,55% de alta, sendo 4,88% apenas neste mês. Essa alta terá reflexos nos fundos de ações, mas variando de acordo com a carteira de cada fundo. O índice de pequenas empresas, as chamadas small caps, acumulam no ano alta de 45,20%.

Os estrangeiros ajudam nessa alta, com um saldo no mês de R$ 3,834 bilhões na Bovespa, até dia 27, elevando o acumulado no ano para R$ 14,819 bilhões.

Já as aplicações de renda fixa voltaram a ser beneficiadas pela queda dos juros, mais modesta, mas suficiente para beneficiar os fundos de longo prazo ou duração alta, que acumularam 0,90% no mês, segundo projeções da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima). Esse ganho é reflexo dos papéis Tesouro IPCA, ou NTN-B, de prazo mais longo. O com vencimento em 2035 ganhou 1,51% nos últimos 30 dias, enquanto o 2045, 2,09% de ganho. Papéis prefixados também recuaram neste mês, beneficiando as LTN, ou Tesouro Prefixado, especialmente a mais longa, 2023, que ganhou 2,23% em 30 dias.

Os fundos de renda fixa seguem, na média, ganhando das cadernetas de poupança, mesmo em termos líquidos, mas é preciso analisar os fundos onde se aplica, especialmente se forem fundos de varejo. Fundos com taxa de administração acima de 1,5% ao ano tendem a render menos que a poupança, que a partir do mês que vem vai ter dois rendimentos, um para aplicações feitas até 3 de maio de 2012, de 0,5% ao mês, e as feitas depois, de 70% da taxa Selic.

Ouro e dólar perderam um pouco do fôlego neste mês pelos sinais de que os juros nos EUA vão subir devagar e que aqui o pior da crise econômica e política ficou para trás. A moeda fechou em R$ 3,17 para venda no mercado comercial, alta de 0,63% no mês e -2,52% no ano, e R$ 3,32 no turismo, 1,53% no mês e -2,35% no ano.

Abaixo, as principais aplicações no mês.

Fonte: B3, Banco Central, Anbima, FGV, CMA. Os dados de fundos são projeções feitas pela Anbima com base nas cotas até dia 26 de setembro. O imposto de renda das aplicações de renda fixa é calculado com base em uma alíquota de 15%, válida para aplicações acima de 2 anos. Ouro ativo financeiro é considerado isento para pessoas físicas.