O diretor-geral da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Décio Oddone, disse que o Brasil está com uma oferta variada de projetos de exploração de petróleo, com destaque para os relativos à região do pré-sal, qiue têm capacidade de competir com as maiores oportunidades exploratórias do mundo, que ele chamou, em comparação com a elite do futebol, de primeira liga.
Entre os projetos competidores, Oddone citou o petróleo de países do Oriente Médio e o shale americano. Ele acrescentou que, além disso, o Brasil tem outras áreas de exploração em toda a margem leste, com exceção do polígono do pré-sal e da margem equatorial, ativos que competem com o Golfo do México e com região offshore na África, sem contar as iretor bacias terrestres para descoberta de gás.
“Temos um cardápio variado para os investidores. A gente nunca teve, como tem hoje, um potencial tão grande”, afirmou Oddone, após participar do seminário Incentivo a Investimento em Campos Maduros – Alíquota de Royalties Incremental, promovido pela ANP, na sede da Federação de Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan). O encontro discutiu formas de incentivar o aumento de produção em campos nos quais a produção está em fase de declínio.
“É muito positivo criar mecanismos que permitam que investimentos voltem a ser feitos na Bacia de Campos para que tenhamos produção de petróleo incremental, e essa produção nova que vier possa adicionar mais royalties para a União, estados e municípios”, disse o diretor da ANP.
Para ele, o desempenho do Brasil no mercado mundial de petróleo e gás vai depender da velocidade com que o país consiga aumentar a atividade no pré-sal. “Na década passada, quando licitamos os blocos que hoje produzem no pré-sal, ainda não tínhamos certeza da presença do carboneto. O único leilão que fizemos na história no pré-sal, já conhecendo o potencial, foi o de Libra, em 2013. Pela primeira vez, vamos ofertar áreas comprovadamente de primeira categoria do ponto de vista exploratório. Tendo sucesso neste leilão, e tenho certeza de que vamos ter, vamos entrar efetivamente para a primeira liga dos produtores de petróleo e vamos ser responsáveis por boa parte da produção de petróleo no mundo nas próximas décadas”.
Oddone ressaltou que o sucesso da 14ª Rodada de Licitações de Blocos para Exploração e Produção de Petróleo e Gás Natural, prevista para o dia 27 deste mês, será comprovado pela qualidade dos atores atraídos para o certame. “Queremos ter um conjunto de companhias explorando petróleo no Brasil, desenvolvendo descobertas no Brasil, e explorando as nossas bacias. Muito mais do que a quantidade de blocos leiloados do que pelo bônus que for pago, vejo como atração de investidores a ferramenta de sucesso do leilão”, afirmou.
Nesta rodada, serão oferecidos 287 blocos nas bacias sedimentares marítimas de Sergipe-Alagoas, Espírito Santo, Campos, Santos e Pelotas e nas bacias terrestres do Parnaíba, Paraná, Potiguar, Recôncavo, Sergipe-Alagoas e Espírito Santo.
Oddone informou que, no dia 3 de outubro, serão conhecidas as empresas aprovadas pela Comissão Especial de Licitação da ANP que vão participar da 2ª e 3ª rodadas do pré-sal, marcadas para o dia 27 daquele mês. Ele não revelou o nome das companhias que se inscreveram, porque o assunto é confidencial e porque a documentação de cada uma ainda passará por análise para definir se serão habilitadas para participar dos leilões. Cada leilão terá quatro áreas em oferta. As da 2ª rodada são com jazidas unitizáveis, ou seja, adjacentes a campos ou prospectos cujos reservatórios se estendem para além da área concedida. Na 3ª rodada, as áreas estão localizadas nas bacias de Campos e Santos e na região do polígono do pré-sal, relativas aos prospectos de Pau Brasil, Peroba, Alto de Cabo Frio-Oeste e Alto de Cabo Frio-Central.
Segundo a ANP, o calendário de rodadas de licitações até 2019 prevê mais 300 poços marítimos, mais 10 bilhões de barris recuperáveis, em torno de US$ 100 bilhões em royalties, 17 novas unidades de produção e mais 2 milhões de barris de petróleo por dia, ao longo da duração dos contratos. A expectativa de investimentos de US$ 80 bilhões.