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Fundos batem recorde e ações captam após 3 anos; ganho dos renda fixa empata ou supera a poupança

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Os investidores pessoa física são os principais responsáveis pelo recorde na captação líquida (depósitos menos saques) de fundos em 2017. Entre janeiro e setembro, a captação atingiu R$ 220,7 bilhões, o maior valor para o período desde o início da série histórica da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), iniciada em 2002. O valor é 166% maior que o do mesmo período do passado. As pessoas físicas de baixa renda do varejo e de alta renda do private banking foram, juntos, responsáveis por mais da metade, 57%, da captação.
Além da forte entrada de recursos, houve uma maior procura por aplicações mais sofisticadas, o que tem contribuído para o avanço do setor de fundos, afirma Carlos Ambrósio, vice-presidente da Anbima. Ele lembra que também em setembro o total investido chegou aos recordes históricos de R$ 4 trilhões de patrimônio líquido e no número de contas, que já chega a 13,3 bilhões.

“As pessoas físicas foram importantes e vão continuar a ser mais a frente”. afirma Anbrósio. “O que vamos ver é que com uma taxa de juros mais baixa, a demanda por ações e multimercados vai crescer ainda mais, enquanto os grandes investidores institucionais, como fundos de pensão, ainda estão em renda fixa”, diz. “Mas também os fundos de pensão já estão preparando seus planos para entrar em ações, o que leva algum tempo.”

Entre as categorias que apresentaram as maiores captações entre janeiro e setembro de 2017 estão os fundos de renda fixa, com R$ 88,4 bilhões, e os multimercados, com R$ 75,5 bilhões. Na comparação ao mesmo período do ano passado houve crescimento de 171% e 385%, respectivamente. Na sequência, aparecem os fundos de previdência, com R$ 29,4 bilhões.

Ações voltam a captar após três anos

Os fundos de ações chegaram a setembro com captação de R$ 4,639 bilhões, o primeiro resultado positivo desde 2013, quando entraram R$ 4,350 bilhões. Apenas como comparação, nos últimos três anos, os resgates de ações atingiram R$ 27 bilhões, portanto há muito ainda para esses fundos recuperarem os números de 2013.  A captação deste ano também foi distorcida para baixo pelos resgates concentrados em dois fundos específicos, de R$ 3,7 bilhões do BB Carteira Livre Ações e R$ 3 bilhões do Carteira Ativa III da Caixa Econômica Federal. Sem eles, a captação dos fundos de ações seria de R$ 11,369 bilhões no ano até setembro.

Diversificação valeu a pena até setembro

Em relação aos retornos para os investidores, os fundos de ações seguem na dianteira este ano: a maioria dos tipos superou a variação do Ibovespa até setembro (23,4%), com os fundos Índice Ativos acumulando média de 26% no ano até setembro. A média de rentabilidade dos fundos Small Caps (que reúnem ativos de empresas com volumes menores de negociação) foi a maior, de 40,2%, enquanto o tipo Ações Livre registrou ganho de 25,4%.

Multimercados, ganho médio de até 12,6% brutos

Entre os multimercados, destaque ao tipo Macro, com ganho médio de 12,6% brutos. O menor ganho médio no ano foi dos fundos multimercados juros e moedas, com 8,6%.

Fundo simples empata com a poupança no curto prazo

Na renda fixa, os fundos superaram o rendimento da poupança (5,2%) entre janeiro e setembro nos prazos mais longos. O menor retorno bruto foi de 7% em média nos fundos simples, que descontando o imposto de renda de 22,5% até seis meses equivaleria a um ganho líquido de 5,42%, praticamente empatando com a poupança. Já nos prazos acima de dois anos, nos quais a alíquota de imposto cai para 15%, o fundo renderia 5,95%. Lembrando que os fundos têm liquidez diária sem perda de rentabilidade, enquanto as cadernetas só permitem saques com rendimento nas datas específicas dos depósitos.
Nos demais, o ganho superaria as cadernetas com 8,3% brutos para o Renda Fixa Duração Média Grau de Investimento e 8% e para o Renda Fixa Baixa Grau de Investimento (6,43% e 6,20%, respectivamente, líquidos, considerando a alíquota máxima de 22,5%). É preciso verificar, porém, cada fundo em particular, pois as taxas de administração cobradas pelos bancos variam muito e podem reduzir bastante o ganho do investidor, podem chegar a 5%.

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