O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) estima uma movimentação de US$ 132 bilhões na economia brasileira por meio de iniciativas de Internet das Coisas até 2025. O dado foi apresentado hoje (3) durante o Futurecom 2017 – maior evento de tecnologia da informação e comunicação da América Latina.
O número está no estudo Internet das Coisas: um plano de ação para o Brasil, financiado pelo BNDES e realizado por um consórcio liderado pela consultoria McKinsey, com a participação da Fundação Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (Fundação CPqD) e o escritório de advocacia Pereira Neto Macedo. O levantamento subsidiará a formulação de políticas públicas e ações para a internet das coisas no país entre 2018 e 2022.
A Internet das Coisas é um conceito tecnológico em que uma rede de objetos se comunicam e interagem de forma autônoma pela internet, impactando em ações da vida cotidiana.
Saúde, cidades, indústria e rural são as áreas prioritárias do plano. A proposta do Hospital 4.0, por exemplo, pretende reduzir filas de atendimento, custos de operação e infecção hospitalar, entre outros indicadores, com uso da tecnologia. O documento também sugere a aplicação da Internet das Coisas para a melhoria do monitoramento de pessoas com doenças crônicas, para dar mais eficiência aos hospitais do Sistema Único de Saúde (SUS) e unidades de atenção primária.
Entre as sugestões para as cidades inteligentes, o estudo aponta a possibilidade de elevar a qualidade de vida por meio da gestão integrada de serviços nas áreas de mobilidade, segurança e uso de recursos. Por exemplo, reduzir os tempos de deslocamentos, “considerando as diferentes modalidades de veículos, e aumentar a atratividade do transporte coletivo”. Na área de segurança, o documento traz medidas para aumentar a capacidade de vigilância e monitoramento.
No meio rural, a proposta inclui “aumentar a produtividade e a relevância do Brasil no comércio mundial de produtos agropecuários”. Entre as iniciativas, está a “Fazenda Tropical 4.0”, que pode melhorar a produtividade e a qualidade da produção por meio do monitoramento de plantas e animais. Na área de indústria, por sua vez, o uso da Internet das Coisas poderá ajudar pequenas e médias empresas a aumentar a produtividade por meio da integração das cadeias produtivas.
O estudo indica também a necessidade de aumentar a oferta e a qualidade de cursos de formação voltados à Internet das Coisas, por meio, por exemplo, de financiamento de estudos e projetos pilotos que comprovem os benefícios de tais tecnologias. A implementação de um marco regulatório para lidar “com os crescentes riscos à segurança da informação” também está entre as sugestões do documento.