A Oi (BOV:OIBR4) informou nesta segunda-feira (16) que pretende se reunir ainda esta semana com os comitês detentores de títulos internacionais (bondholders) representados por Moelis e G5 Evercore para identificar eventuais ajustes no plano de recuperação judicial divulgado na última quarta-feira (11).
Com isso, a administração da tele busca fazer com que suas propostas de equalização das dívidas sejam aceitas pela maioria dos acionistas e dos credores. A assembleia que votará o plano está marcada para a próxima segunda-feira (23).
O comunicado divulgado pela assessoria de imprensa da Oi confirma que a empresa recebeu carta dos bondholders pedindo encontros para negociarem alternativas ao plano, conforme noticiado nesta segunda-feira pelo Broadcast. Esses credores detêm R$ 22 bilhões em dívidas da Oi, ou um terço do processo de recuperação que totaliza R$ 65 bilhões.
Na carta, eles reiteram sua discordância sobre o plano apresentado pela tele e ressaltam a preocupação com a proposta da companhia em firmar um Contrato de Suporte do Plano (PSA, na sigla em inglês) que seria prejudicial ao processo, conforme avaliação dos bondholders.
“A administração da Oi continua empenhada em viabilizar uma solução que contemple as demandas de todos os envolvidos no processo e, principalmente, deixe a Oi fortalecida e preparada para enfrentar seus desafios de médio e longo prazo”, afirma a empresa, em comunicado.
A Oi informou ainda que não assinou nenhum PSA. Segundo fontes, o PSA seria firmado com grupos de credores secundários, dispostos a participar de capitalização na Oi mediante a contrapartida de comissões e garantias que deveriam ser cumpridas ainda que o plano de recuperação acabe reprovado na assembleia.
“O PSA comprometeu a companhia a pagar comissões (fees) fora do mercado e punitivos mesmo se o plano de recuperação for rejeitado”, afirmam G5 e Moelis, na carta. “Pelos nossos cálculos, isso poderia facilmente chegar a centenas de milhões de reais, um valor surpreendente para uma empresa que passa pela situação da Oi”, alertaram.
Eles acrescentam que o PSA também impede a tele de negociar com outros credores planos alternativos, o que configuraria uma “clara violação da lei de falências e dos deveres dos fiduciários da companhia”.
Fonte: Agência Estado