O relator da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CMPI) da JBS (BOV:JBSS3), o deputado Carlos Marun (PMDB-MS) deve entregar seu relatório final nesta manhã (12). Na quinta-feira (14), Marun assumirá o cargo de ministro-chefe da Secretaria de Governo, no lugar do deputado Antonio Imbassahy (PSDB-BA), que retorna à Câmara.
Sem dar detalhes a respeito do conteúdo do parecer, Marun mencionou a possibilidade de pedir o indiciamento do ex-procurador-geral da República, Rodrigo Janot e do procurador da República Eduardo Pellela, que foi chefe de gabinete de Janot.
“Ainda estamos analisando”, disse o deputado que não informou qual tipo penal seria usado.
Ainda de acordo com Marun, foi “no mínimo controverso” o acordo de colaboração firmado pelo Ministério Público Federal com os irmãos Wesley e Joesley Batista, donos do grupo J&F, controladora do frigorífico JBS e outras empresas.
Houve também a participação do ex-procurador Marcelo Miller, que segundo o relator atuava para os dois lados. “Miller, então procurador, foi cooptado e trabalhou para os Batista durante o processo de negociação da delação”, destacou. “Tenho dificuldade em acreditar que Janot não soubesse dessas tratativas nesse período, já que Pellela estava sabendo.”
O relator deixou aberta a possibilidade de pedir a anulação de provas fornecidas pelos irmãos Batista que forem consideradas ilícitas. Uma conversa gravada por Joesley Batista embasou denúncia por corrupção passiva contra o presidente da República, Michel Temer. Oferecida por Janot, a denúncia está no Supremo Tribunal Federal e segue suspensa, pois a Câmara negou autorização para a abertura de processo.
A reunião da CPMI será realizada no plenário 2 da ala Nilo Coelho, no Senado, a partir das 9h30.