As ações preferidas pelas corretoras em fevereiro; diversificação aumenta

Os analistas reforçaram a diversificação em suas indicações de ações para fevereiro, diante da forte alta dos preços durante janeiro. No mês passado, 12 ações tinham até 4 indicações das corretoras. Neste mês, apenas 8 tem até 4 e há mais empresas com três indicações. A maioria dos analistas conta com a continuidade do cenário favorável para as ações brasileiras, apesar do aumento dos riscos em virtude da retomada da discussão da reforma da Previdência, dos novos desdobramentos da corrida presidencial e do cenário externo, que pode se complicar de uma hora para outra, como está sendo visto nos últimos dois dias de forte queda nos mercados mundiais.

De modo geral, a alta dos juros americanos preocupa os analistas, que se protegem com maior diversificação e papéis atrelados ao dólar, como a exportadora Fibria (FIBR3). Os investidores estrangeiros são os grandes impulsionadores da alta do mercado brasileiro, e uma alta dos juros pode interromper esse movimento de entrada e a alta das ações. Petrobras (PETR4) é o grande destaque com 9 indicações entre 13 corretoras acompanhadas pelo Portal do Pavini, seguida da B3 (BVMF3), que teve em janeiro o segundo melhor volume desde 1986 e tem pela frente um novo período de aberturas de capital.

Para fevereiro, a volta das atividades parlamentares abre a possibilidade de votação da Reforma da Previdência, mas a atenção dos investidores deverá cada vez mais ficar sobre o andamento do pleito presidencial, avalia a Coinvalores. “Lá fora o cenário permanece relativamente favorável, porém questões como o ritmo de elevação dos juros nos EUA podem provocar pressões nos mercados”, diz.

Para o Bradesco, a visão construtiva para o mercado de capitais brasileiro nos próximos anos continua, principalmente pela expectativa de crescimento da economia e dos lucros das empresas. As condições globais também sugerem a manutenção do apetite internacional por risco, avalia a corretora em relatório. Um cenário de crescimento econômico também abrirá espaço para novas aberturas de capital, outro fator que pode beneficiar o mercado brasileiro este ano. Mas há o risco das eleições, o que recomenda cautela na seleção dos ativos e a diversificação como forma de reduzir o risco, aconselha o banco. Para fevereiro, o banco excluiu as ações da BR Foods (BRFS3) e da Iguatemi (IGTA3) e incluiu as da M.Dias Branco (MDIA3) e da BR Malls (BRML3). Segundo a corretora, faltam “direcionadores relevantes no curto prazo” para a BR Foods, enquanto BR Malls subiu menos que Iguatemi e portanto teria uma melhor relação custo-benefício.

Já a Guide vê o mercado brasileiro neste mês ainda sob os efeitos de um cenário internacional favorável (juros baixos, crescimento forte e índices de inflação abaixo das metas oficiais). A corretora diz que segue com perspectivas construtivas e positivas em bolsa no médio e longo prazo.
Mas é preciso estar atento ao quadro político, especialmente com relação ao avanço da reforma da Previdência, que será retomada este mês, avalia a Guide. No exterior a corretora acompanha o desempenho das economias desenvolvidas e da China. “Tais fatores devem continuar a influenciar nos movimentos do mercado e das commodities”, diz a corretora, que trocou os papéis da Ambev (ABEV3) pelas ações da Weg (WEGE3) na carteira de fevereiro “Ainda frisamos que seguimos com uma estratégia de diversificação e maior seletividade no que diz respeito à carteira.”

Confira abaixo as ações mais indicadas pelas corretoras e, abaixo, as indicações de cada casa.