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Fundos captam R$ 50 bi de janeiro a março; ações atraem mais recursos que renda fixa

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Os fundos de investimentos fecharam o primeiro trimestre com uma captação líquida de R$ 49,9 bilhões, acima da média para o período nos últimos quatro anos, de R$ 40 bilhões, mas bem abaixo dos R$ 109,9 bilhões do primeiro trimestre do ano passado. Foi também a segunda maior captação no período nos últimos quatro anos.

O perfil da captação, porém, mudou bastante este ano, com forte queda nas aplicações em fundos de renda fixa e aumento das aplicações em fundos multimercados e de ações, que responderam por 84% do total. Os fundos renda fixa captaram no primeiro trimestre R$ 5,8 bilhões, ante R$ 73,3 bilhões em 2017.

Já os fundos multimercados captaram R$ 33,3 bilhões, ante R$ 22,6 bilhões em 2017, e os fundos de ações, que tiveram resgates de R$ 500 milhões no primeiro trimestre, captaram R$ 8,8 bilhões este ano. “Não me lembro quando tivemos isso, fundos de ações captando mais que renda fixa”, afirma Carlos André, vice-presidente da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima). “Mais do que a captação dos multimercados, que foi a maior, chamou a atenção essa entrada em fundos de ações”, destaca.

O patrimônio total dos fundos de investimentos chegou a R$ 4,3 trilhões, enquanto o número de administradores, instituições que se responsabilizam por controlar o trabalho dos gestores, subiu de 78 para 83. O número de fundos também aumentou, de 15.125 em para 16.221, com destaque para o maior número de novos fundos de ações e multimercados.

Em 2018, até março, foram criados 90 fundos multimercados e 47 de ações, enquanto 7 fundos de renda fixa foram fechados, o que confirma o maior interesse dos investidores pela diversificação. Essa tendência começou no ano passado, quando foram criados 704 carteiras de multimercados e 109 de ações, enquanto 27 fundos renda fixa deixaram de existir.

A diversificação aparece também no número de gestores, que passou de 547 para 571 de março do ano passado para março deste ano. E o total de contas de investidores subiu de 12,6 milhões para 14,1 milhões.

Com a maior procura por ações e multimercados, a parcela de fundos renda fixa caiu, de 49% do total de patrimônio dos fundos para 46%, enquanto ações subiu de 4% para 6% e os multimercados, de 19% para 21%.

A captação de recursos até março foi impactada ainda por dois grandes fundos de empresas, um renda fixa e um fundo de recebíveis Fidic, que tiveram resgates de R$ 29,5 bilhões. Isso reduziu a captação no segmento corporate. Já os fundos poder público, voltados para governos, registraram a maior captação no primeiro trimestre, como ocorre todos os anos, pela entrada dos pagamentos de impostos.

Os poderes públicos captaram R$ 21,5 bilhões, para R$ 22,9 bilhões no primeiro trimestre do ano passado. O segmento private captou R$ 9 bilhões, menos que os R$ 14,2 bilhões do mesmo período de 2017, e o varejo, R$ 6 bilhões, bem abaixo dos R$ 16 bilhões do ano passado.

Em termos de rentabilidade, a bolsa se saiu melhor este ano no primeiro trimestre, com o Índice Bovespa subindo 11,7%, para 7,9% no mesmo período do ano passado, observa Carlos Arnaldo. Isso ajudou a ampliar a captação dos fundos de ações e dos multimercados.

Já na renda fixa, o IMA-Geral, índice que acompanha a rentabilidade de todos os títulos do governo no mercado, subiu 3,5% neste ano, para 5,4% no ano passado, acompanhando a queda na taxa básica Selic. O IMA-B, que acompanha a rentabilidade dos papéis corrigidos pela inflação, acumulou 4,9% neste ano, menos que os 6,9% do ano passado.

Com base nesses números do mercado, Carlos André destaca que nenhuma categoria de fundo de ações conseguiu superar o Índice Bovespa. A explicação é que a alta do índice foi concentrada nos papéis mais líquidos, e como os fundos de ações são mais diversificados não conseguiram acompanhar o referencial.

O maior destaque foi a categoria ações dividendos, com 10,4%, seguida dos fundos Índices Ativo, com 10,3%. “Mas o ambiente continua positivo para a bolsa, temos condições predominantemente positivas aqui e lá fora, com inflação e juros muito baixos, retomada da economia e um ambiente externo que deve beneficiar a atividade e as empresas e o mercado de capitais como um todo”, afirma.

Na renda fixa, os destaques foram os fundos renda fixa duração alta (longo prazo) grau de investimento, que fecharam o trimestre com ganho bruto médio de 3%, sem desconto de imposto de renda. Os duração livre soberanos (papéis do governo) subiram 2,2% e os duração livre grau de investimento acumularam ganho médio de 1,9%. superando o IMA-S e o rendimento líquido da poupança, de 1,2%. “No ano passado, os juros eram mais altos e isso beneficiou a rentabilidade da renda fixa, o que não aconteceu este ano”, explica Carlos André.

Nos multimercados, o rendimento foi bom, repetindo a performance do primeiro trimestre de 2017. “Todos os tipos superaram o IMA-S, especialmente os Macro, com 4,3%, e os Livre, com 3,7%”, diz o executivo. Eles tiveram rendimento próximo do índice de Hedge Funds da Anbima, que acumulou 4,4% no primeiro trimestre.

“O desempenho reflete as condições macroeconômicas favoráveis e este ano eleitoral pode trazer mais volatilidade, mas essa volatilidade pode se transformar em oportunidade para os gestores entregarem desempenho positivo, como no ano passado”, acredita.

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