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O nervosismo dos investidores aumentou hoje com a continuidade da greve dos caminhoneiros apesar de o governo ter cedido em todos os pontos pedidos pelos manifestantes. Com a crise de abastecimento longe de acabar, o mercado avalia os impactos na economia e, também nas contas do governo, que se comprometeu em subsidiar o diesel e ainda cortar os impostos que incidem sobre o combustível, e que são importantes para as contas públicas, respondendo por 5% da arrecadação total. O ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, já estima que o governo federal terá de cortar R$ 3,8 bilhões do orçamento para pagar o corte do PIS/Cofins sobre o diesel, última das concessões feitas pelo presidente Michel Temer e anunciada no domingo à noite, em meio a panelaços em diversas capitais.
A incerteza com as contas públicas e com a economia estão pesando sobre as ações, levando o Índice Bovespa a cair 3,88%, para 75.809 pontos, perto da mínima do dia, de 75.721 pontos. Hoje também é feriado nos Estados Unidos, Memorial Day, dia em homenagem aos mortos em combate, o que reduz a liquidez dos negócios e aumenta a instabilidade do mercado.
Petrobras cai 9% e estatais são mais atingidas com risco de saída de Parente
A queda atinge especialmente as ações da Petrobras (BOV:PETR4), que está no centro do furacão dos protestos dos caminhoneiros. O mercado teme que a pressão leve o presidente da empresa, Pedro Parente, que vem conduzindo um grande processo de reestruturação fortalecimento da empresa tem termos de controles internos e governança e eficiência, a deixar o cargo. Isso teria impacto sobre todas as empresas estatais e para o mercado brasileiro como um todo, além de indicar novos riscos fiscais para o futuro.
O papel preferencial da estatal (PN, sem voto) cai 9,14% e o ordinário (ON, com voto), 8,60%, as maiores quedas do Índice Bovespa. Completam as maiores baixas do índice as ações ON da CSN, com 8,32% de perda, Eletrobras ON, 7,70% e Rumo ON, 7,31%. Nenhuma ação das mais de 60 do índice estão em alta. Há um impacto claro nas ações de estatais, com Petrobras, Eletrobras e Banco do Brasil.
Outros papéis importantes também caem, caso de Banco do Brasil ON, 6,48% e Itaú Unibanco PN, 3,78%, indicando que há uma saída de grandes investidores estrangeiros do mercado.
Juro das NTN-B sobe para 5,73%
O nervosismo afetou também o mercado de juros, com os contratos futuros negociados na B3 disparando. Os contratos para este ano subiram de 6,68% para 6,72%, altos para uma estimativa anterior de que a Selic deverá permanecer em 6,5% até dezembro. Já o contrato para 2020 subiu de 7,59% para 7,66% e, para 2025, de 10,90% para 10,94% ao ano. Os juros dos títulos do Tesouro Nacional também estão em alta, com as NTN-B, papéis corrigidos pela inflação, ou Tesouro IPCA+, atingindo 5,73% ao ano, para 5,58% na sexta-feira.
Dólar supera os R$ 3,70 e sai a R$ 3,91 no turismo
O dólar também subiu com força e superou de novo os R$ 3,70, no mercado comercial, sendo vendido a R$ 3,7135, alta de 1,23%. O dólar turismo, das viagens e cartões, subiu 0,77%,para R$ 3,91 para venda.
