A Polícia Federal (PF) deflagra hoje a Operação Pedra no Caminho, que apura desvio de recursos públicos nas obras do trecho norte do Rodoanel, em São Paulo.
São cumpridos 15 mandados de prisão temporária e 51 mandados de busca e apreensão na capital paulista e nas cidades de Carapicuíba, Arujá, Bofete, Ribeirão Preto e São Pedro, além de Marataízes e Itapemirim, no Espírito Santo. Um dos suspeitos é o ex-diretor-presidente do Departamento de Estradas de Rodagem (Dersa) Laurence Casagrande Lourenço.
Ele foi secretário de Transporte e Logística do ex-governador e candidato à Presidência pelo PSDB, Geraldo Alckmin, e atualmente é presidente da Cesp (CESP6).
O inquérito policial foi instaurado em 2016, após denúncia de um ex-funcionário de uma empresa que atuou nas obras. Ele apontou manipulações em termos aditivos ao contrato da obra, com o objetivo de aumentar o valor pago às empreiteiras.
Os aditivos contratuais, na fase de terraplanagem, eram para a remoção de rochas, mesmo que o projeto inicial já contemplasse o custo dessa remoção. A irregularidade gerou sobrepreço de mais de R$ 131 milhões.
Segundo perícia da Polícia Federal e relatórios do Tribunal de Contas da União e da Controladoria-Geral da União, um dos cinco lotes onde houve aditivos para a remoção de rochas teve sobrepreço de R$ 33 milhões.
Os acusados vão responder pelos crimes de fraude à licitação, estelionato contra o poder público, falsidade ideológica e associação criminosa, conforme as suas participações. Os presos permanecerão na sede da PF em São Paulo, à disposição da Justiça Federal.
As informações são da Agência Brasil.