A Genial Investimentos colocou no mercado recentemente o que batizou como Super CDB, que promete rendimento de 1% ao mês ao longo de cinco anos. O título foi emitido pelo Banco BMG e esteve disponível aos clientes por tempo limitado. A aplicação mínima foi de R$ 5 mil. Conforme Marcelo Sande, gerente de produtos e renda fixa da Genial Investimentos, o produto tem algumas semelhanças ao CDB tradicional, como a cobertura ao Fundo Garantidor de Crédito (FGC), mas também algumas diferenças, como creditar mês a mês os juros na conta dos clientes – e não entregar todo rendimento apenas no resgate.
“Pensamos em um produto acessível à pessoa física e capaz de pagar uma rentabilidade de 1% ao mês sem obrigar o investidor a carregar um papel por muito tempo”, explica Marcelo Sande.
O educador financeiro Rafael Seabra, que presta consultoria em investimentos pessoais, explica que os bancos menores oferecem rentabilidade maior no CDB como forma de atrair investidores e competir com as instituições maiores. O investidor deve considerar o risco de alocar recursos nestas instituições até o limite do FGC, que é de R$ 250 mil por cliente e por instituição financeira.
“Ou seja, se o investidor preferir um CDB de um banco menor, é importante ficar atento a este limite, e se tiver mais dinheiro a aplicar, pode dividir em instituições diferentes”, diz Seabra.
Grandes bancos não costumam divulgar o rendimento de seus CDBs, até porque há margem de negociação dependendo do valor aplicado – acabam sendo beneficiados os investidores com capacidade de aportar mais de R$ 50 mil. Entretanto, consultores financeiros apontam que a oferta média de rendimento varia de 90% a 95% do CDI, o que representa um rendimento mínimo entre meros 0,487% e 0,514% ao mês. Ou seja, descontando o IR, que varia conforme o tempo de permanência na aplicação, esta faixa de rentabilidade não é muito melhor que a da Caderneta de Poupança, que fica em aproximadamente 0,4% ao mês, dependendo da Taxa Referencial (TR).
Como escolher o melhor CDB
O fato é que os CDBs seguem no radar de investidores mesmo com a queda dos juros básicos. Conforme a Cetip, estes certificados foram o destaque no guarda-chuvas da renda fixa no segundo trimestre deste ano. Em relação ao mesmo período de 2017, as operações com os certificados cresceram 32,8% – praticamente o dobro da média da renda fixa, que foi de 16,9%.
É preciso comparar o rendimento dos CDBs com outras aplicações da Renda Fixa para saber quais são as alternativas mais vantajosas. Em primeiro lugar, vale colocar lado a lado os certificados com as letras de crédito incentivadas (como LCI e LCA), que têm isenção de IR e podem trazer um rendimento líquido mais alto. Além disso, é importante comparar estas aplicações com títulos do Tesouro Direto, que, por serem isentos de taxas de administração e pagarem o mesmo rendimento para qualquer volume de aplicação, costumam ser indicadas ao investidor menos endinheirado.