O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2018 teve crescimento de 1,1% em relação ao ano anterior. Em decorrência deste crescimento, o PIB per capita alcançou R$ 32.747, (em valores correntes) no ano, um ligeiro avanço (em termos reais) de 0,3% em relação ao ano anterior. O PIB per capita é definido como a divisão do valor corrente do PIB pela população residente no meio do ano.
O crescimento do PIB do Brasil em 2018 resultou da expansão de 1,1% do Valor Adicionado a preços básicos e da alta de 1,4% no volume dos Impostos sobre Produtos líquidos de Subsídios. O avanço dos impostos reflete, principalmente, o crescimento em volume do ICMS (Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) de 1,5%. Influenciaram positivamente também o aumento de 7,9% do Imposto de importação – acompanhando o crescimento das importações e de 4,1% do IPI (Imposto Sobre Produtos Industrializados). O resultado do Valor Adicionado neste tipo de comparação refletiu o desempenho das três atividades que o compõem: Agropecuária (0,1%), Indústria (0,6%) e Serviços (1,3%).
Após alcançar crescimento recorde no ano de 2017, a atividade Agropecuária registra variação positiva de 0,1% em 2018, decorrente, principalmente, do desempenho da agricultura. Segundo o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA/IBGE), divulgado em fevereiro de 2019, alguns produtos da lavoura registraram crescimento de produção no ano de 2017, tendo como destaque as seguintes culturas: café (29,4%), algodão (28,4%), trigo (25,1%) e soja (2,5%). Por outro lado, algumas lavouras registraram variação negativa na estimativa de produção anual, como, por exemplo, milho (-18,3%), laranja (-10,7%), arroz (-5,8%) e cana (-2,0%). Cabe ressaltar que a estimativa para a Pecuária apontou um desempenho positivo dessa atividade no ano de 2018.
Na Indústria, o destaque positivo foi o desempenho da atividade Eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos, que cresceu 2,3% em relação a 2017. Já o destaque negativo foi a Construção, que sofreu contração de -2,5%. As Indústrias de Transformação, por sua vez, avançaram 1,3% no ano. O resultado foi influenciado, principalmente, pelo crescimento, em volume, do Valor Adicionado de fabricação de veículos automotores, fabricação de papel e celulose, farmacêutica, metalurgia e máquinas e equipamentos. Indústrias Extrativas tiveram expansão de 1,0% em relação a 2017, que se manteve positiva pela alta da extração de minérios ferrosos.
Todas as atividades que compõem os Serviços apresentaram variação positiva. Atividades imobiliárias avançou 3,1%, seguida por Comércio (2,3%), Transporte, armazenagem e correio (2,2%), Outras atividades de serviços (1,0%), Atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (0,4%), Informação e comunicação (0,3%) e Administração, defesa, saúde e educação públicas e seguridade socials (0,2%).
Comparando com os anos anteriores, nota-se que, após elevação de 6,5% no terceiro trimestre de 2008, o PIB começou a recuar em função dos efeitos decorrentes da crise econômica internacional até chegar à queda de 1,2% no terceiro trimestre de 2009. Após isso, voltou a acelerar e superou o patamar de crescimento observado no período pré-crise no terceiro trimestre de 2010 (7,5%). Em seguida, o PIB acumulado em quatro trimestres seguiu a trajetória de desaceleração no decorrer dos anos de 2011 e de 2012, voltando a acelerar apenas em 2013. Em 2014 observou-se nova desaceleração das taxas de crescimento do PIB no acumulado em quatro trimestres: a taxa foi de 3,2% no primeiro trimestre, 2,1% no segundo, 1,2% no terceiro e 0,5% no último trimestre do ano. A taxa no primeiro trimestre de 2015 (-0,7%) foi a primeira negativa desde o quarto trimestre de 2009. No segundo e terceiro trimestres do ano, o PIB voltou a sofrer contração nesta base de comparação, encerrando o ano com recuo de 3,5%. A trajetória descendente do PIB se manteve em todo o ano de 2016, que acumulou queda de 3,3%. Ao longo de 2017, as quedas foram diminuindo até voltarem ao terreno positivo no último trimestre do ano, quando houve um crescimento de 1,1%. Em 2018 as taxas se mantiveram próximas a esse patamar e o ano encerrou também com 1,1% de crescimento.
Na análise da despesa, vale salientar a expansão de 4,1% da Formação Bruta de Capital Fixo, resultado positivo após uma sequência de 4 anos negativos. Em 2014, 2015, 2016 e 2017 a Formação Bruta de Capital Fixo registrou quedas de 4,2%, 13,9%, 12,1% e 2,5%, respectivamente.
A Despesa de Consumo das Famílias teve expansão de 1,9% em relação ao ano, o que pode ser explicado pelo comportamento dos indicadores de inflação, juros, crédito, emprego e renda ao longo de todo o ano de 2018.
A Despesa do Consumo do Governo, por sua vez, se manteve estável 0,0%.
No âmbito do setor externo, as Exportações de Bens e Serviços cresceram 4,1%, enquanto as Importações de Bens e Serviços avançaram 8,5%. Entre os produtos e serviços da pauta de exportações, os maiores aumentos foram observados na agricultura, petróleo e gás, indústria automotiva e máquinas e equipamentos. Já entre as importações, as maiores altas foram observadas em refino de petróleo, materiais eletrônicos e equipamentos de comunicação e vestuário.
O Produto Interno Bruto no ano de 2018 totalizou R$ 6.827,6 bilhões, sendo R$ 5.833,1 bilhões referentes ao Valor Adicionado a preços básicos e R$ 994,5 bilhões aos Impostos sobre Produtos líquidos de Subsídios. Considerando o Valor Adicionado das atividades no ano, a Agropecuária registrou R$ 297,8 bilhões, a Indústria R$ 1.259,2 bilhões e os Serviços R$ 4.276,1 bilhões. Entre os componentes da despesa, a Despesa de Consumo das Famílias totalizou R$ 4.392,4 bilhões, a Despesa de Consumo do Governo R$ 1.346,1 bilhões e a Formação Bruta de Capital Fixo R$ 1.080,6 bilhões. A Balança de Bens e Serviços ficou superavitária em R$ 36,1 bilhões e a Variação de Estoque foi negativa em R$ 27,6 bilhões.
A taxa de investimento no ano de 2018 foi de 15,8% do PIB, acima do observado no ano anterior (15,0%). A taxa de poupança foi de 14,5% em 2018 (ante 14,3% no ano anterior).
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