A Guararapes (BOV:GUAR3), controladora da rede varejista Riachuelo voltou a ter problemas no abastecimento no primeiro trimestre, em parte por causa de rupturas nos pontos de venda após mudanças na estratégia de distribuição, disse o comando da empresa nesta quarta-feira, em teleconferência.
A companhia decidiu reorganizar a distribuição de suas coleções nas lojas, após problemas já identificados no fim do ano passado, quando sobrou produtos em unidades da rede. Isso levou a empresa, neste ano, a “estressar” ao máximo o modelo atual, disse o presidente Oswaldo Nunes.
“Tivemos um fraco trimestre por conta dessa questão de vendas, mix e rupturas verificada no quarto trimestre de 2018 e no começo deste ano decidimos tomar algumas medidas”, disse. “Em janeiro decidimos distribuir coleções pelas lojas e com isso optamos por estressar ao máximo a política de abastecimento das lojas, mantendo um volume mínimo de itens [nos pontos] e usar os centros de distribuição para reposição o mais rápido possível”, disse.
A empresa sinalizou aos analistas que a tentativa não funcionou bem. “O que aprendemos é que uma velocidade máxima de reposição não garante melhor mix em cada loja”, disse ele. “A realidade nos mostrou que a ruptura ficou alta ainda”.
Em maio, a companhia decidiu rever de novo a estratégia e passou a aumentar o volume de produtos enviados para as lojas, para reduzir essa falta de mercadorias, que afeta vendas.
Além disso, a Guararapes deve manter investimento no mesmo patamar do ano passado, mas com participação maior dos desembolsos em tecnologia e inovação no valor total, disse Tulio Queiroz, diretor financeiro. A empresa não mencionou números. O balanço do primeiro trimestre mostra, porém, que no período o investimento atingiu R$ 63 milhões, versus quase R$ 68 milhões um ano antes.
O executivo ainda mencionou que a receita da operação financeira totalizou R$ 591 milhões no primeiro trimestre, 21% maior que o mesmo período do ano anterior. O diretor disse que o nível de perda das operações de empréstimo pessoal atingiu 22,5% — era 17,4% um ano atrás. As despesas com perdas e com provisão para créditos de liquidação duvidosa totalizaram R$ 230,7 milhões, alta de 54,5%.
O lucro liquido da empresa caiu 43% para R$ 29,3 milhões no 1º trimestre de 2019. A receita líquida subiu 8,4%, para R$ 1,62 bilhão.
Com Valor Econômico