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MercadoLivre vai aumentar aposta no Brasil em 2020

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O MercadoLivre “com certeza” vai investir mais de R$ 3 bilhões no Brasil no próximo ano, com foco em serviços financeiros e logística, disse o diretor de operações Stelleo Tolda.

O negócio, pioneiro em comércio eletrônico na América Latina, agora avaliado em US$ 28 bilhões, planeja investir mais em sua unidade de serviços financeiros e pagamentos, enquanto abre mais centros de distribuição e busca parcerias para reduzir ainda mais o prazo de entrega, disse Tolda em entrevista no escritório da Bloomberg em São Paulo.

A projeção preliminar para os desembolsos no próximo ano seguem investimentos de R$ 2 bilhões no Brasil no ano passado e R$ 3 bilhões neste ano.

Com o acirramento da concorrência de empresas como Amazon.com e varejistas locais como Magazine Luiza e B2W, o MercadoLivre está defendendo sua participação de mercado de cerca de 33% e procurando fazer com que os clientes procurem mais seus serviços nas compras do dia-a-dia e na hora de pagar suas contas, inclusive fora da internet, disse Tolda.

“A gente ainda acredita muito no potencial de crescimento desse negócio, então ainda é cedo pra gente buscar só rentabilidade”, disse Tolda, que conheceu o fundador do MercadoLivre, Marcos Galperin, na Universidade de Stanford, no final dos anos 90 e lidera os negócios no Brasil desde o começo há 20 anos.

O MercadoLivre, que tem sede em Buenos Aires, mas operações em 18 países e ações negociadas em Nova York, oferece entrega no mesmo dia em São Paulo e quer expandir sua entrega no dia seguinte para pelo menos 16 cidades em 2020.

Atualmente, a empresa opera dois centros de distribuição perto de São Paulo e abrirá galpões em outras regiões, para acelerar seus prazos de entrega em um país de proporção continental.

O comércio eletrônico brasileiro mais que dobrou entre 2013 e 2018, chegando a movimentar R$ 68,8 bilhões, e deve quase duplicar de tamanho até 2023, segundo e empresa de pesquisa de mercado Euromonitor International.

O foco mais recente da empresa é o mercado de rápido crescimento das fintechs, que corteja grande parte da população sem contas bancárias.

A plataforma de pagamentos Mercado Pago é atualmente a principal locomotiva de crescimento da empresa.

O número de transações mais que dobrou em relação ao ano anterior no segundo trimestre, com um aumento de valor de 47%, chegando a US$ 6,5 bilhões. Isso se compara aos US$ 3,4 bilhões em valor bruto de mercadorias do marketplace.

“A gente vê oportunidade não só em pagamentos, mas de uma forma integrada em todos os serviços financeiros, inclusive de crédito, investimentos e eventualmente seguros”, disse Tolda. “O Mercado Pago também é o meio pelo qual deveremos ter uma recorrência maior na vida das pessoas”.

O MercadoLivre precisa investir em marketing para a marca Mercado Pago, procurar empresas para fornecer soluções de pagamento e também pessoas físicas para utilizar sua carteira virtual.

Oferecendo pagamento com cartões e códigos QR, a plataforma já fechou acordos com uma grande variedade de lojas físicas no Brasil, como postos de gasolina, farmácias e o metrô de São Paulo.

A empresa, que completou 20 anos de operações, não planeja separar a unidade de produtos financeiros, já que vê o negócio como uma maneira de aumentar a interação com os clientes e atrair compradores para sua plataforma de comércio eletrônico, disse Tolda.

Atualmente, o consumidor médio brasileiro de comércio eletrônico compra um item por mês e empresa deseja aumentar essa frequência de compras para pelo menos uma vez por semana, disse Tolda.

A empresa abriu recentemente novas categorias de moda sem gênero e produtos sustentáveis ​​em sua plataforma de comércio eletrônico para atrair consumidores mais jovens.

A empresa também planeja expandir sua entrega no dia seguinte para 16 grandes cidades, das oito atualmente, após fechar acordo com a unidade de carga da companhia aérea Azul, o que poderia ajudar a reduzir sua dependência das agências de correios do país.

O MercadoLivre acumula alta de 93% no ano para US$ 566 por ação na Nasdaq em comparação a 18% para a Amazon, 28% para o Alibaba Group Holding e 39% para o EBay Inc.

Depois de levantar US$ 1,9 bilhão no início deste ano, em grande parte com um investimento do PayPal Holdings Inc., o MercadoLivre está se concentrando em investir em seus principais negócios, em vez de em quaisquer novas aquisições ousadas, de acordo com Tolda.

Estão em andamento negociações com o PayPal sobre como colaborar em várias áreas, apesar de serem concorrentes.

“O modelo deles é um modelo de pagamento online tradicional e nós estamos vendo até mais potencial offline do que online” com o Mercado Pago, disse Tolda. “É um caminho interessante, essa ideia de ‘frenemy’ que está tão presente no mercado de tecnologia.”

*Por InfoMoney

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