O índice de Preços ao Consumidor – CPI- americano avançou 0,14% em janeiro (expectativa: 0,2%), ante variação de 0,24% em dezembro, influenciado por uma queda nos preços de energia. As commodities de energia recuaram 1,6% no mês, com a desaceleração nos preços do petróleo e da gasolina. A inflação dos alimentos subiu 0,2% no mês, igualando a alta observada no mês anterior.
Na comparação com janeiro/2019, a inflação avançou para 2,5% (expectativa: 2,4%), isto porque na comparação interanual, os preços de energia avançaram dada a fraca base de comparação.
A inflação core, que exclui alimentação e energia, avançou 0,242% (expectativa: 0,2%). Os preços de carros/caminhões usados desaceleraram pelo quarto mês consecutivo (-1,2% MoM) e mostram queda de 2,0% na comparação com o mesmo mês do ano anterior. Vestuário avançou 0,7% MoM. A inflação core segue sustentada pela parte de serviços, cujo avanço foi de 0,3% no mês e 3,1% na comparação com janeiro/2019. Os preços de shelter, que incluem OER e rent, seguem pressionados, avançando 0,4% no mês. De forma mais específica, OER subiu 0,34% (anterior: 0,24%) e rent subiu 0,36% (anterior: 0,27%). Em 12 meses, shelter mostra uma alta de 3,3% nos preços. Além deste, serviços de transporte também contribuíram de forma altista no mês (+0,3%), após recuar 0,1% em dezembro. Medical services subiu 0,3%, mesma taxa de crescimento do mês anterior.
Na comparação YoY, a inflação core se manteve em 2,3%, subindo apenas na segunda casa decimal. Assim, o CPI segue mostrando o mesmo comportamento, com os preços de serviços pressionados.
Apesar disso, vale lembrar que a preocupação do FED reside em uma desaceleração – e não aceleração – da inflação, já que o PCE, índice que o comitê leva em consideração para tomar suas decisões, segue rodando abaixo da meta.
*Felipe Sichel, estrategista do Modalmais