A construtora Gafisa (BOV:GFSA3) divulgou na noite de quinta-feira (26) o primeiro resultado trimestral positivo em quatro anos, encerrando o quarto trimestre (4T19) com lucro de R$ 46,5 milhões.
A receita líquida da companhia recuou 39,8%, para R$ 116,2 milhões, com a margem bruta, que havia sido negativa em 2018 em 15,4%, ficando positiva em 31,2%.
A margem dos resultados a apropriar está em 35,7%. O vice-presidente de gestão, financeiro e relações com investidores, Ian Andrade, destacou que a margem bruta tende a ser mantida, dentro do que conseguirem controlar de custos e precificação de unidades.
Em 2019, a Gafisa reduziu despesas com vendas, gerais e administrativas em 51,2%. Para continuar a diluir custos, a companhia precisa ter mais projetos na composição de seus resultados, ou seja, voltar a lançar empreendimentos.
Analistas do Credit Suisse se mostraram preocupados com o balanço e fizeram recomendação de desempenho esperado abaixo da média de mercado (underperform) com preço-alvo de R$ 8,00.
A primeira preocupação é que, quando se excluem todas as receitas não-recorrentes, o resultado é uma perda de R$ 178 milhões, ante o lucro líquido apresentado de R$ 47 milhões no quarto trimestre. Outra preocupação é o balanço apertado durante um período cheio de incertezas (coronavírus).
A empresa terminou 2019 com R$ 414 milhões em caixa mas tem dívidas de curto prazo de R$ 584 milhões.
O conselho da Gafisa aprovou emissão de R$ 2,5 bilhões em debêntures com o objetivo de reforçar o capital de giro e a liquidez da construtora em meio à pandemia do coronavírus.
Em comunicado na última quinta-feria(25) a empresa concluiu a renegociação de seus passivos financeiros junto ao Banco do Brasil no valor acumulado de R$ 138.355.398,27.
A Gafisa também encaminhou para votação na AGO o programa de recompra de ações.
A Assembleia Geral Ordinária da Companhia acontece no dia 30 de abril de 2020.
Sobre a Gafisa
(BOV:GFSA3) é o código de negociação na BM&BOVESPA das ações ordinárias da Gafisa S/A, uma das maiores empresas do setor de construção civil brasileiro.
A Gafisa atua em operações de: construção de casas e bens imóveis; compra, venda e negociação de imóveis em geral, incluindo o fornecimento de financiamento para os clientes dos imóveis; realização de serviços de construção civil e engenharia civil; desenvolvimento e implantação de estratégias de marketing relacionadas aos seus próprios empreendimentos imobiliários ou ao de terceiros; e de investimento em outras empresas com a mesma linha de negócio. Os três principais segmentos da empresa são: a Gafisa, propriamente dita, que foca em desenvolvimento residencial nos segmentos de renda média, média-alta e alta; a Alphaville, que foca na subdivisão de terrenos; e a Tenda, que foca na construção de residências para o segmento de baixa renda.
Negociada no Mercado Bovespa desde Fevereiro de 2006, a GFSA3 ingressou na lista de ativos do Novo Mercado da principal bolsa de valores brasileira a partir de 01 de Agosto de 2008. A listagem nesse segmento especial assegura ao investidor detentor de ações ordinárias da Gafisa o direito de tag along de 100% sobre o preço pago pelas ações ordinárias do acionista controlador no caso de venda do controle acionário da empresa.
Ainda de acordo com o regulamento de listagem no segmento Novo Mercado da BM&FBOVESPA, a empresa também se compromete a manter em circulação uma parcela mínima de ações representando 25% de seu capital social (free float mínimo de 25%).
Outros direitos garantidos pela Gafisa ao acionista GFSA3 são: o direito ao dividendo mínimo obrigatório de 25% do lucro líquido de cada exercício social; o direito a voto pleno; e o direito de preferência na subscrição de ações, debêntures conversíveis em ações ou bônus de subscrição.
A Gafisa S/A também possui valores mobiliários disponíveis para negociação no principal mercado de ações norte-americano, a Bolsa de Valores de Nova Iorque (NYSE). Nesse mercado, o investidor pode comprar e vender American Depositary Receipts (ADRs) da Gafisa utilizando o código de negociação GFA.