Trump assina acordo de US$ 2 trilhões sobre gastos em infraestrutura

O presidente dos Estados Unidos Donald Trump pediu na terça-feira US$ 2 trilhões em gastos em infraestrutura, dizendo em um tweet que era hora de “ser MUITO GRANDE E OUSADO” enquanto as taxas de juros são baixas.

A declaração de Trump no Twitter vem depois que a presidente da Câmara dos Deputados, Nancy Pelosi, disse na segunda-feira que um pacote de estímulo ao coronavírus da “Fase 4” deve incluir um acordo bipartidário sobre gastos em infraestrutura.

Em seus tweets na terça-feira, Trump também usou o termo “Fase 4” e disse que Pelosi “não era ruim” em uma aparição na TV na terça-feira.

A Câmara aprovou anteriormente o pacote de estímulo, que acredita ser o maior da história dos EUA, por voto de voz, que simplesmente mede se mais parlamentares dizem “sim” ou “não” por apoiá-lo. A câmara lutou na sexta-feira para bloquear um esforço para adiar sua aprovação.

O deputado Thomas Massie, republicano, tentou forçar uma votação completa do sim ou não sobre a medida, o que poderia ter atrasado sua aprovação por horas. Membros irritados da Câmara correram de volta a Washington em carros e aviões quase vazios para impedir seu esforço, e alguns o evisceraram por arriscar sua segurança. Trump chamou Massie de “Grandstander de terceira categoria” e disse que deveria ser expulso do Partido Republicano.

O plano, que inclui pagamentos únicos a indivíduos, seguro de desemprego reforçado, financiamento adicional de assistência médica e empréstimos e subsídios a empresas para impedir demissões, foi aprovado por unanimidade na noite de quarta-feira. A presidente da Câmara, Nancy Pelosi, havia descrito o projeto de lei como “mitigação” da destruição da pandemia, prevendo que o Congresso elaborará mais planos para ajudar na “recuperação”.

“Eu assinei o maior pacote de ajuda econômica da história americana”, disse Trump no Salão Oval, enquanto seus principais assessores econômicos e líderes republicanos do Congresso estavam atrás dele ombro a ombro. “Isso proporcionará alívio urgentemente necessário para as famílias, trabalhadores e empresas de nossa nação, e é disso que se trata.”

Embora não esteja claro com que rapidez o governo distribuirá parte do dinheiro, como aumento dos benefícios de desemprego e empréstimos para pequenas empresas, a Casa Branca e os líderes do Congresso disseram que alguns indivíduos receberão pagamentos diretos de até US $ 1.200 em três semanas.

Trump assinou a lei um dia depois que os dados mostraram que as reivindicações de desemprego dispararam para um recorde de 3,3 milhões na semana passada, quando empresas em todo o país fecharam para diminuir a propagação da doença. Os hospitais, particularmente em Nova York devastada, pediram mais recursos, enquanto lutam para acompanhar a onda de pacientes com coronavírus.

Os EUA agora têm mais de 92.000 casos de coronavírus, os mais do mundo, de acordo com dados compilados pela Universidade Johns Hopkins. Pelo menos 1.380 mortes nos EUA foram vinculadas ao COVID-19.

Os momentos antes da votação na Câmara enfatizaram os riscos que o surto representa e as táticas não convencionais que o Congresso adotou para aprovar projetos de lei recentes para combater a doença. Quando os representantes foram chamados à câmara, em algumas viagens recentes de volta a Washington no último segundo, os líderes pediram que usassem “práticas apropriadas de distanciamento social”.

Os líderes da Câmara reuniram a maioria dos membros para impedir Massie de solicitar um voto tradicional gravado na legislação. Representantes sentavam-se na galeria geralmente reservada ao público para aumentar a distância entre eles.

Presidindo a câmara, o deputado Anthony Brown, MD, mudou-se para aprovar a legislação por voto de voz. Massie então pediu uma lista completa dos votos “sim” e “não”. Os líderes da Câmara queriam evitar esse resultado. Isso teria forçado os parlamentares a ir ao plenário, em grupos de 30 para evitar aglomeração, para uma votação que poderia atrasar a passagem por horas.

Ao fazer sua proposta, o libertário Massie disse que queria garantir que “nossa república não morra por consentimento unânime em uma câmara vazia”. Ele argumentou que a Câmara não tinha quorum, ou maioria de membros, presente. Brown determinou que sim, e o projeto foi aprovado esmagadoramente por voz.

Em uma entrevista a uma estação de rádio de Kentucky na quinta-feira, Massie sinalizou que se oporia à lei por causa de seu efeito na dívida nacional dos EUA, de acordo com o Courier-Journal, com sede em Louisville.

“Não é um bom negócio”, twittou Massie no final da manhã de quinta-feira.

Após a votação, a Câmara adiou até 31 de março. O Senado não tem outra votação agendada até 20 de abril, embora o líder da maioria no Senado, Mitch McConnell, tenha dito que a câmara poderia se reunir antes, se precisar tomar mais medidas.

Pelosi fez comentários extensos antes da votação na sexta-feira, enquanto esperava por membros suficientes para chegar à palavra. Ela brincou: “quanto mais cedo você vier, mais curtas serão minhas observações”.

O democrata da Califórnia enfatizou que “este não pode ser o nosso projeto final” para responder à crise. Ela delineou prioridades como maiores pagamentos diretos, maior elegibilidade para licença médica e familiar e mais doações para os estados.