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Vale vê risco de atraso em retomada de capacidade produtiva por coronavírus

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Por Marta Nogueira

RIO DE JANEIRO (Reuters) – A mineradora Vale (VALE3) avalia que corre risco de enfrentar uma postergação da retomada de capacidade de produção devido a possíveis atrasos em inspeções, avaliações e autorizações decorrentes de impactos da atual pandemia do novo coronavírus, afirmou a companhia em apresentação divulgada nesta terça-feira.

A empresa foi levada a paralisar diversas atividades depois do rompimento de uma de suas barragens de rejeitos em Brumadinho (MG), em janeiro de 2019, e depende da conclusão de revisões de segurança e de aprovações de autoridades para retomá-las.

Em relatório de produção do quarto trimestre, divulgado em fevereiro, a companhia afirmou esperar retomar a capacidade de aproximadamente 40 milhões de toneladas por ano com as operações de Timbopeba, Fábrica e Complexo Vargem Grande, que passam por revisões de segurança.

Nesta terça-feira, a empresa pontuou ainda que tem enfrentado a pandemia com impacto limitado em seus negócios, sem interrupções em operações brasileiras e em portos chineses.

“Até o momento, a Vale tem tido um desempenho relativamente bom, com impacto limitado na produção e nas vendas, mas o nosso ecossistema foi altamente impactado pelas restrições impostas pela pandemia do Covid-19, o que poderá afetar nossas operações”, ponderou a companhia, na apresentação.

Antes, a mineradora já havia informado alguns reflexos do vírus em seus negócios, como a paralisação temporária de um centro de distribuição na Malásia, de 24 a 31 de março, e a desaceleração da operação da mina de Voisey’s Bay, no Canadá, como precaução para proteger comunidades indígenas próximas diante da pandemia.

A empresa também havia comunicado diversas iniciativas para evitar o contágio da doença, incluindo a instituição de regime de trabalho remoto para funcionários de áreas administrativas.

IMPACTOS GLOBAIS

A mineradora também afirmou na apresentação desta terça-feira que uma redução na produção de aço na Europa deverá afetar negativamente a demanda por minério de ferro.

Por outro lado, a Vale ponderou que cortes na oferta de minério de ferro devido a medidas de isolamento social adotadas por governos ao redor do mundo contra o vírus podem atenuar o impacto.

Cálculos da mineradora apontam para interrupção estimada de produção de minério de ferro no mercado transoceânico de cerca de 18 milhões de toneladas, considerando quarentenas em países da África, além de Canadá, Índia, Peru e Malásia.

(Por Marta Nogueira)

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