O banco BTG Pactual divulgou relatório nesta segunda-feira revisando os preços-alvos e suas recomendações para as varejistas. Foram avaliadas dez varejistas:
- Renner: banco corta preço-alvo para R$ 46 e mantém recomendação de compra
- Magazine Luiza: preço-alvo sobe para R$ 52 e recomendação é de compra
- Lojas Americanas: reduz preço-alvo para R$ 27; recomendação do banco é de compra
- Hering: banco corta preço-alvo de para R$ 20; recomendação é neutra
- Marisa: BTG diminui preço-alvo para R$ 10; recomendação é neutra
- Natura: preço-alvo cai para R$ 40; recomendação é neutra
- Arezzo: BTG corta preço-alvo da de R$ 58 para R$ 50; recomendação é de compra
- B2W: preço-alvo sobe para R$ 77; recomendação é de compra
- GPA: BTG reduz preço-alvo para R$ 99; recomendação é de compra
- Carrefour Brasil: preço-alvo sobe para R$ 24; recomendação é neutra
Veja o que o banco tem a dizer sobre cada papel:
Lojas Renner
O BTG Pactual cortou o preço-alvo das ações das Lojas Renner de R$ 66 para R$ 46, mas manteve a recomendação de compra do papel, que é negociado hoje a R$ 37,50 na B3.
O motivo do corte é a crise de demanda causada pela pandemia da covid-19, que obrigou os lojistas a fecharem as portas por um período ainda indeterminado. A Renner fechou todas as suas lojas no país.
A empresa anunciou corte no investimento operacional de 2020, passando de R$ 910 milhões para R$ 560 milhões, e a suspensão do dividendo pela metade.
No curto prazo, o BTG estima uma queda de 25% nas vendas no segundo trimestre, embora isso dependa de fatores ainda em aberto, como a duração do período de fechamento das lojas e a velocidade de recuperação da confiança do consumidor.
A Renner, no entanto, é vista pelo BTG como bem posicionada para continuar ganhando participação de mercado, bem acima dos concorrentes, nos próximos trimestres, com um balanço sólido o suficiente para lidar com essa crise.
Magazine Luiza
Embora acredite que os números do Magazine Luiza ainda venham mais fracos no curto prazo, a equipe do BTG Pactual elevou o preço-alvo da ação da companhia de R$ 44 para R$ 52 e manteve a recomendação de compra.
Além de 50% das vendas brutas totais (GMV, na sigla em inglês) virem dos canais físicos, que estão inoperantes pela pandemia, o banco diz que as margens também devem estar sob pressão, dada a crescente penetração do comércio eletrônico, juntamente com a desalavancagem financeira.
“No entanto, acreditamos que o estado atual do varejo, com as lojas fechadas e os varejistas tendo que adaptar rapidamente sua estrutura a uma nova realidade dos hábitos do consumidor, levará a uma tendência de consolidação mais rápida entre os potenciais ‘vencedores’ do comércio eletrônico”, explica a equipe ao elevar o preço-alvo da varejista.
Para o banco, a companhia deve continuar sendo vista pelo mercado como uma verdadeira empresa de tecnologia e omnichannel (de integração entre canais físico e on-line).
Lojas Americanas
O BTG Pactual cortou o preço-alvo das ações preferenciais das Lojas Americanas de R$ 28 para R$ 27, e manteve a recomendação de compra dos papéis. Há pouco, as ações PN eram negociadas a R$ 22,60, em alta de 3,91%, na B3.
Segundo o BTG, embora a companhia deva ser impactada no curto prazo com o fechamento de 15% a 20% de sua base de lojas, o banco vê sólidos fundamentos de crescimento no médio e no longo prazo.
“A empresa deve aumentar a receita bruta acima de 30% até 2022”, diz o relatório assinado pelos analistas Luiz Guanais e Gabriel Savi, que estimam pra a empresa uma expansão de 7% no segmento vendas mesmas lojas no período.
O número de lojas a serem abertas dependerá dos formatos escolhidos pela companhia. “Acreditamos que também depende do resultado das discussões com a BR Distribuidora, mas independentemente do formato, a Lojas Americanas terá que se concentrar mais nos próximos anos na construção de uma plataforma on-line-offline para aumentar a lucratividade da loja e a taxa interna de retorno de seu plano de expansão”, diz o relatório.
Em agosto do ano passado, a Lojas Americanas assinou com a Petrobras Distribuidora um memorando de entendimentos, não vinculante, para realizar estudos sobre a viabilidade de uma parceria estratégica referente à gestão de lojas de conveniência.
Hering
O BTG Pactual cortou o preço-alvo de Hering de R$ 26 para R$ 20 e manteve a recomendação neutra, apesar dos analistas do banco avaliarem que a ação está sendo negociada de forma atrativa, a 15 vezes o índice de preço/ lucro.
“Apesar disso, esperamos poucos catalisadores de curto prazo”, explicam eles. Eles estimam que as vendas em mesmas lojas caíam 10% no primeiro trimestre e 40% no segundo.
“O segmento multimarca (aproximadamente 35% do total de vendas da empresa) deve cair 11% na base anual, o que justifica nossa classificação neutra até sinais mais claros de recuperação”, escrevem eles.
O lucro da empresa em 2020 antes era estimado em R$ 323 milhões, mas a equipe do banco passou a prever R$ 148 milhões.
Marisa
O BTG Pactual cortou o preço-alvo da varejista de vestuário Marisa de R$ 12 para R$ 10, apontando que apesar da empresa estar em um processo de reformulação, o cenário de curto prazo é desafiador.
Segundo os analistas do banco, a empresa tem iniciativas de reforma das lojas, aumento da penetração do comércio on-line e melhora na média de produtividade das lojas, mas a perspectiva de curto prazo é desafiadora, com a crise criando um cenário mais competitivo que pode impedir a recuperação simultânea de vendas e margens. Por isso, o banco manteve recomendação neutra.
Antes, o banco estimava um prejuízo líquido de R$ 93 milhões em 2020. Agora, estima um prejuízo de R$ 268 milhões, com a margem bruta passando de 46,9% para 45,7%.
Natura
O BTG Pactual decidiu cortar o preço-alvo da ação da Natura de R$ 45 para R$ 40 devido aos efeitos da pandemia global de covid-19. A recomendação é neutra para os papéis.
A empresa transformou parte de sua produção em itens mais essenciais. “Além disso, o fechamento de lojas (especialmente na Europa) e o isolamento social das cidades estão acelerando a evolução do modelo de negócios de venda direta para uma plataforma de vendas por redes sociais, aumentando a penetração do canal on-line”, diz o relatório.
Segundo o banco, o preço-alvo de R$ 45 havia sido estabelecido no começo do ano, com a conclusão da incorporação da Avon. Mas o momento atual, com o fechamento de lojas por causa da pandemia, os desafios da marca The Body Shop e as mudanças no modelo de vendas levaram os analistas a assumirem uma posição mais conservadora ante uma visão estrutural mais construtiva para a ação, que estaria sendo negociada a um valor alto — 50 vezes o índice de preço/ lucro.
Arezzo
O BTG Pactual cortou o preço-alvo das ações da Arezzo de R$ 58 para R$ 50, mantendo a recomendação de compra para os papéis.
Há pouco, os papéis eram negociados a R$ 43, alta de 1,65%.
O relatório assinado por Luiz Guanais e Gabriel Savi diz que a Arezzo é vista como uma empresa premium no varejo brasileiro, o que justifica sua avaliação, com boa execução no gerenciamento de marcas e na operação de seu modelo de franquia.
A empresa mantém um ritmo sólido de abertura de lojas e a recente mudança para se tornar um distribuidor exclusivo da Vans no Brasil abre uma nova avenida para crescimento.
O BTG espera por uma queda de 10% nas vendas mesmas lojas no primeiro trimestre e de 40% no segundo trimestre. Apesar do quadro desafiador no curto prazo a perspectiva é positiva baseada na expansão no mercado local, auxiliada pelo comércio eletrônico e multicanal, somada a novas marcas no portfólio, como a Vans, e o crescimento da operação nos Estados Unidos, com base nos canais de atacado e comércio eletrônico.
B2W
O BTG Pactual elevou o preço-alvo da B2W de R$ 74 para R$ 77 e manteve a recomendação e compra. Segundo o banco, a empresa está entre as companhias que se destacarão na consolidação do comércio on-line.
Há pouco, a ação era negociada em alta de 5,83%, a R$ 65,40, na B3,
Os motivos, de acordo com o banco, são os investimentos em serviço para impulsionar o crescimento, um balanço mais forte após o aumento de capital de R$ 2,5 bilhões em agosto passado, a maior integração com as Lojas Americanas e sua exposição ao crescente setor de pagamentos no Brasil.
O banco estima um crescimento de 8 mil vendedores em sua plataforma de marketplace (shopping virtual) no primeiro trimestre, o que deve ajudar a companhia a reportar um desempenho satisfatório no curto prazo.
“Nosso novo preço-alvo é um reflexo de uma empresa de alto crescimento, com taxa de crescimento anual composto de GMV [sigla em inglês para vendas brutas totais] de 32% nos próximos seis anos, melhorando gradualmente as margens”, diz o banco.
Grupo Pão de Açúcar
O BTG Pactual cortou o preço-alvo das ações do Grupo Pão de Açúcar (GPA) de R$ 106 para R$ 99, mantendo a recomendação de compra dos papéis, que são negociados a R$ 63,70 (PCAR3) na B3.
O grupo deve se beneficiar nos próximos trimestres com o aumento das vendas devido ao covid-19, aponta o relatório do BTG sobre varejo, assinado pelos analistas Luiz Guanais e Gabriel Savi.
A companhia deve aproveitar para acelerar o processo de fechamento de lojas não rentáveis e investir na conversão de hipermercados em lojas de atacado da bandeira Assaí, e uma remodelagem das lojas da bandeira Pão de Açúcar.
“Após a migração para o Novo Mercado (agora negociada exclusivamente sob o código PCAR3) e a reestruturação do Casino na América Latina, também incorporamos em nossos números os números de Éxito , atingindo R$ 99”, diz o relatório.
(Notícias do portal Valor Investe)