Efeito Coronavírus
Teleconferência do 1T20
O presidente da Cielo, Paulo Caffarelli, disse hoje que a companhia não deve continuar a subsidiar a compra de maquininhas pelos clientes como fazia anteriormente, portanto o ritmo de vendas não deve se manter como nos anos anteriores.
“Em 2019, vendemos 1,5 milhão de maquininhas, mas neste ano vamos vender bem menos. Não estamos dispostos a continuar subsidiando a venda de maquininhas”, disse o executivo.
De acordo com Caffarelli, o subsídio custava em média R$ 350 por aparelho, sendo que apenas seis eram ativados, em média, e a empresa busca meios para transacionar com esse público sem ter subsídio tão alto, assim como outros concorrentes.
A visão do mercado
Bradesco BBI
O Bradesco BBI comentou que os resultados da Cielo vieram em linha com as estimativas, mas abaixo do consenso do mercado, que talvez não receba bem os números da empresa de cartões de crédito e meios de pagamento. “O lucro líquido de R$ 167 milhões no 1º trimestre chegou em linha com nossa estimativa, mas bem abaixo do que projetava o mercado (R$ 232 milhões)”, comentou o BBI.
Como aspecto positivo, o BBI observa que a Cielo parece estar mirando em “clientes de melhor qualidade”, o que pode levar a resultados melhores nos próximos trimestres.
O BBI alerta que a crise do coronavírus, cujos resultados só começaram a impactar o setor no final de março, deverá mostrar efeitos mais negativos no 2º trimestre sobre todas as empresas do segmento, não apenas a Cielo. “É possível que as empresas mostrem prejuízo no 2º ou no 3º trimestre, essa é uma possibilidade”, avalia o BBI.
O banco manteve recomendação neutra para a Cielo mas cortou o preço-alvo da ação de R$ 5,50 para R$ 5,00 em 2020.
XP Investimentos
A XP destacou que a Cielo reportou fracos resultados para o primeiro trimestre de 2020.
“A queda reflete tanto o aumento na competição, quanto os efeitos já esperados de queda dos volumes neste primeiro trimestre devido à pandemia do coronavírus.
A XP mantém recomendação neutra e preço-alvo de R$ 5,00 por ação”, avaliam os analistas.
UBS
O banco diz que o segmento de cartões apresente uma retração de 6% no volume de negócios neste ano, devido ao coronavírus e à elevada exposição da empresa a grandes varejistas. A dupla acrescenta que a competição nesse mercado deve voltar a crescer, após a reabertura do comércio.
O UBS mantém recomendação neutra com um preço-alvo de R$ 4,50.
Ágora Investimentos
A Ágora Investimentos corta expectativa de lucro líquido da Cielo em 21%, em 2020, e mais 25% em 2021.
A gestora incorporou o modelo de recuperação em “U” para a economia atingida pelo coronavírus. Isso significa uma queda acentuada do PIB neste ano, seguida de uma retomada lenta.
A Ágora O UBS mantém recomendação neutra mas reduz preço-alvo de R$ 5,50 para R$ 5,00.
Banco Safra
O Banco Safra enfatiza que a conjuntura só tende a piorar para a Cielo, diante do aumento da concorrência e do aprofundamento da recessão decorrente da Covid-19.
O Safra faz recomendação neutra com preço-alvo em R$ 7,70.
Desempenho do papel
+ Confira o calendário de divulgação de resultados do 1T20 das empresas listadas na Bolsa de Valores.