A economia dos Estados Unidos recuou no primeiro trimestre a seu ritmo mais acentuado desde a Grande Recessão, uma vez que medidas rigorosas para retardar a propagação do novo coronavírus quase interromperam a atividade no país, encerrando a mais longa expansão da história norte-americana.
O Departamento de Comércio dos EUA disse que o Produto Interno Bruto caiu a uma taxa anualizada de 4,8% no período de janeiro a março, depois de expandir a uma taxa de 2,1% nos últimos três meses de 2019.
Com isso, o maior impacto econômico da crise só deve ser conhecido quando os dados do segundo trimestre forem divulgados este ano. Se os Estados Unidos registrarem dois trimestres consecutivos de queda do PIB, o país entrará em uma recessão técnica.
A queda no consumo das famílias americanas – que representa 70% da economia – deve ser a maior responsável pela redução do PIB no início de 2020. As vendas no varejo, que representam 25% dos gastos das famílias, tiveram uma queda de 8,7% em março em relação a fevereiro.
Outro fator que deve impactar a redução do PIB americano é a queda brusca de 6,7% nas exportações de bens em março. Foi o pior resultado mensal do comércio exterior americano desde a crise financeira de 2008. As importações também tiveram uma redução de 2,4%.
Os resultados do PIB, que serão divulgados às 9h30 da manhã (horário de Brasília), chegam num momento em que o número de novos casos e mortes pela covid-19 vem retrocedendo no país. Alguns estados americanos já começaram a reabrir parte do comércio e já planejam um retorno gradual das atividades a partir de maio. Entretanto, ainda é cedo para esperar uma volta à normalidade já no próximo mês, e os efeitos da paralisação ainda devem se prolongar.