As despesas operacionais absorveram tanto a inflação quanto o crescimento da base de clientes das distribuidoras e tiveram queda de 2,07% comparado com o mesmo período do 1T19 fechando o trimestre em R$ 754 milhões.
O custo com energia totalizou R$ 4.459 bilhões no 1t20, apresentando retração de 8,9% na comparação com o 1T19.
O resultado financeiro da NeoEnergia totalizou um prejuízo de R$ 315 milhões no 1t20, apresentando crescimento de 7,3% quando comparado ao 1T19.
A Neoenergia prevê reduzir em 400 milhões de reais os desembolsos previstos para 2020 após ter aderido a programa do BNDES que prevê suspensão temporária do pagamento de empréstimos como forma de aliviar impactos do coronavírus sobre empresas.
A medida da elétrica, controlada pela espanhola Iberdrola, soma-se a outras ações que visam preservar caixa em meio às incertezas geradas pela pandemia, disse o diretor de Controle Patrimonial e Planejamento da Neoenergia, Eduardo Capelastegui, em teleconferência com analistas e investidores nesta terça-feira.
“Foco em caixa tem sido nosso mantra aqui desde o início da crise”, afirmou o executivo, sem detalhar de imediato quais financiamentos serão temporariamente suspensos.
A dívida bruta da NeoEnergia em março de 2020, totalizou R$ 22,2 bilhões, apresentando crescimento de R$ 944 milhões na comparação com dezembro de 2019.
A companhia apresentou uma estrutura de capital dentro da normalidade no trimestre, mantendo 82,7% da sua dívida no longo prazo e 17,2% no curto prazo.
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) foi de R$ 1,525 bilhão, cifra 14,1% superior ante os três primeiros meses de 2019.
A empresa destacou investimentos de 34,5 milhões de reais em energia eólica no período, com o desenvolvimento de 27 parques em dois complexos no Nordeste, e disse esperar que a capacidade instalada total atinja 1,5 gigawatt (GW) até 2022.
“Vemos no 1º trimestre de 2020 o crescimento sólido do Ebitda e do lucro líquido… Eles refletem a nossa disciplina financeira, a rentabilidade dos nossos negócios e eficiência operacional”, disse em nota o presidente-executivo da Neoenergia, Mario Ruiz-Tagle.
A margem Ebitda da NeoEnergia totalizou 20,9% no 1t20, apresentando crescimento de 1,6 ponto percentual na comparação com o 1T19.
A Margem bruta da NeoEnergia atingiu 34,26% no 1t20, apresentando crescimento de 4,1 ponto percentual na comparação com o 1T19. Já a Margem líquida da NeoEnergia atingiu 8,51% no 1t20, apresentando crescimento de 1,4 ponto percentual na comparação com o 1T19.
Os resultados da NeoEnergia (NEOE3) referente a suas operações do primeiro trimestre de 2020, foram divulgados no dia 27/04.
+ Confira o calendário de divulgação de resultados do 1T20 das empresas listadas na Bolsa de Valores.
Impactos do coronavírus
A Neoenergia viu queda de arrecadação de cerca de 12% nas distribuidoras de energia do grupo desde meados de março, com uma maior inadimplência associada aos impactos econômicos da pandemia de coronavírus, disse o diretor de Planejamento.
Do lado dos volumes, houve recuo também de 12% na energia injetada nas distribuidoras do grupo, afirmou Capelastegui, durante a teleconferência.
Em meio aos fortes impactos sobre o mercado, empresas de energia têm conversado com o governo sobre medidas que possam aliviar o caixa do segmento no curto prazo.
A presidente-adjunta da Neoenergia, Solange Ribeiro, disse que está em contato com o governo sobre o tema e que as medidas de apoio ao setor de distribuição devem incluir um empréstimo junto a bancos e possivelmente o uso de outros recursos, como receitas que as empresas teriam que destinar no futuro a projetos de pesquisa e desenvolvimento (P&D).
“Acredito que em duas semanas isso esteja definido”, afirmou ela, em teleconferência com analistas e investidores sobre o resultado do grupo no primeiro trimestre.
Segundo ela, a expectativa é que a medida seja feita nos moldes da conta-ACR, empréstimo lançado em 2014, por meio da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), para apoiar o setor de distribuição.
Impacto maior no 2T20
A Neoenergia prevê um impacto maior da crise provocada pela pandemia de covid-19 no segundo trimestre, afirmou o diretor-presidente da companhia, Mario Ruiz-Tagle, também na teleconferência.
Segundo ele, a empresa espera uma recuperação no terceiro trimestre, a partir da reabertura da economia e de programas de estímulos pelos governos federal, estaduais e municipais.
O executivo acrescentou que, até o momento, a companhia mantém seu programa de investimentos.
Sobre a empresa
A Neoenergia (BOV:NEOE3) atua em geração, transmissão, distribuição e comercialização de energia no Brasil. A empresa possui áreas de concessões de distribuição no Nordeste (Bahia, Pernambuco e Rio Grande do Norte) e em São Paulo, além de 4,5 GW instalados em geração.
A Neoenergia é uma holding controlada pela empresa espanhola Iberdrola, atuando de forma integrada no setor de energia elétrica.
A Empresa possui 100 % de Tag Along e é negociada na B3 através do código (BOV:NEOE3) com 18,67% dos papéis em circulação (Free Float). Confira a composição acionária da empresa que tem empresa espanhola Iberdrola como maior acionista com 51,04% e a Previ com 30,29%.
A companhia foi constituída em 1997, através da aquisição da COELBA (Companhia de Eletricidade do Estado da Bahia).
Através do crescimento orgânico a companhia se expandiu, atuando hoje em 4 segmentos, sendo eles: Distribuição, Transmissão, Geração e Comercialização.
A companhia de energia elétrica apresenta grande presença na região Nordeste, estando presente em 18 estados brasileiros.
Alcançando uma área de concessão de cerca de 840 mil quilômetros quadrados e com aproximadamente 14 milhões de unidades consumidoras atendidas pelas distribuidoras: Coelba (BA); Celpe (PE); Cosern (RN); Elektro (SP/MS).